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segunda-feira

16 novembro 2020

19:26:47
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Durante seu califado Ali (A.S.) costumava ouvir pessoalmente as queixas e reclamações do povo. Numa ocasião, os dias estavammuito quentes e ninguém se aventurava a sair de casa depois do meio do dia. Ali (A.S.) se sentava todo dia fora de sua casa sob a sombra de um muro de maneira que se alguém tivesse quaisquer queixas, pudesse apresentá-las diretamente. Algumas vezes, ele caminhava nas ruas e travessas observando a condição geral do povo.

Durante seu califado Ali (A.S.) costumava ouvir pessoalmente as queixas e reclamações do povo. Numa ocasião, os dias estavammuito quentes e ninguém se aventurava a sair de casa depois do meio do dia. Ali (A.S.) se sentava todo dia fora de sua casa sob a sombra de um muro de maneira que se alguém tivesse quaisquer queixas, pudesse apresentá-las diretamente. Algumas vezes, ele caminhava nas ruas e travessas observando a condição geral do povo.
Um dia retornava à sua residência, exausto e suado, e encontrou uma mulher o esperando. Ao vê-lo, ela se aproximou e disse:
- “Eu me encontro em difiuldades. Meu marido me maltrata.
Ele me expulsou de casa e ameaçou espancar-me. Se eu for até ele, me espancará. Peço a ti para que faças justiça entre nós”.
- “Ó serva de Deus, está demasiado quente agora. Espere até que refresque com a tarde. Então eu irei contigo e repararei tuas queixas”.
- “Se eu ficar fora muito tempo, temo que sua ira possa aumentar”.
Por um momento ele abaixou sua cabeça e em seguida ergueu-a dizendo para si mesmo:

“Não, por Deus, a justiça para o oprimido não deve ser adiada. O direito do oprimido certamente deve ser subtraído do opressor; e todo medo deve ser tirado do coração dela para que
possa se por corajosamente diante do opressor e exigir seu direito”.
- “Diga-me onde é tua casa?”
- “É em tal e tal lugar...”
- “Vamos até lá...”
Ele acompanhou-a até sua casa, parou de pé diante da porta e chamou alto: “Ó dono da casa! As’salamu Alaikum”.
Um jovem saiu. Era o marido daquela mulher. Ele não reconheceu Ali (A.S.). Achou que um senhor de idade por volta de sessenta anos estava a acompanhando e supôs que ela o tinha trazido para ajudar na mediação; mas se manteve em silêncio.
- “Esta senhora tem uma queixa contra ti. Diz que tu tens maltratado-a e a expulsaste do lar. Além disso, ameaçou-a de espancá-la. Vim aqui para te dizer que tema a Deus e seja bondoso
com tua esposa”.
- “Em que te diz respeito se eu não tratei bem minha esposa? Sim, eu a ameacei de espancá-la, mas agora, já que ela te trouxe para interceder por ela, eu a lançarei no fogo e a queimarei viva”.
Ali (A.S.) fiou nervoso com a insolência do homem. Sacando sua espada disse:
- “Eu apenas te aconselhei para que agisses com bondade, admoestando-te quanto às más ações; porém, me respondes desta maneira, claramente falando em queimar esta mulher no fogo. Pensasque não há autoridade neste mundo?”
Seu tom de voz alto chamou a atenção dos transeuntes e uma multidão se juntou. Todas as pessoas vinham e prestavam reverência ante o senhor de idade e o saudavam dizendo: “A paz sobre ti, ó Emir dos Fiéis”.
Quando o jovem rude percebeu com quem estava falando, ele tremeu e suplicou:
- “Ó Príncipe dos Fiéis ! Perdoa-me ! Eu confesso meus erros e prometo que doravante serei bondoso com minha esposa”.
Ali (A.S.) se voltou para a mulher e disse para ela entrar na casa, e a preveniu para que se comportasse de maneira que seu esposo não se irritasse com ela outra vez.[1]

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