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sexta-feira

24 dezembro 2021

20:52:45
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Resultados políticos e econômicos do Brasil em 2021 surpreenderam?

Os brasileiros sabiam que 2021 não seria um ano fácil, mas a expectativa pela chegada das vacinas contra a COVID-19 criou a esperança de uma retomada econômica e do retorno à normalidade. Agora, às vésperas do Natal e do Revéillon, parece que o sonho não passou de mera ilusão.

O país fecha o ano com um saldo mais negativo que positivo se comparado às previsões do dia 31 de dezembro de 2020 divulgadas pelo Boletim Focus do Banco Central.
Se a projeção para a inflação em 2021 era de 3,2%, a realidade atual já aponta para uma taxa de 10,42%. A expectativa para a taxa de câmbio, por sua vez, saltou de R$ 5,00 para R$ 5,60.
Já no caso do PIB (Produto Interno Bruto), a previsão, que era de crescimento de 3,40%, subiu para 4,58% no último dado calculado. Porém, além de a taxa vir caindo há dez semanas, o IBGE informou, no início do mês, que o país entrou em recessão técnica por registrar queda trimestral de 0,1%, entre julho e setembro, após recuar 0,4% nos três meses anteriores.

Para 2022, a projeção do PIB calculada pelo BC despencou de 2,5% para 0,5%.
Os números do desemprego também indicam que não houve retomada. Enquanto a taxa média de 2020 foi de 13,5%, no terceiro trimestre deste ano o valor cedeu para 12,6% depois de dois trimestres acima de 14%.
Em valores absolutos, de 13,4 milhões de desempregados em média em 2020, o Brasil passou a ter 13,5 milhões de pessoas buscando um trabalho entre julho e setembro de 2021.
Para o economista Fábio Sobral, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), a principal causa econômica para este cenário é o abandono de políticas públicas que incentivem o mercado interno.
"O consumo tem sido reduzido pela alta da inflação, por salários em queda e por políticas de corte de gastos públicos e investimentos internos. As consequências são a perda de empregos e a economia estagnada, enquanto ainda há crescimento populacional no país", apontou Sobral.

Segundo o especialista, a recessão técnica não é surpresa. Ele afirma que a maior parte do PIB depende do consumo da população. E com a alta dos preços dos bens de consumo e a deterioração dos salários e das condições de emprego, era esperada a queda do consumo, em sua avaliação.
"O quadro é ótimo para grandes empresários, pois podem contratar por salários mais baixos, mas é péssimo para o mercado consumidor interno, porque as pessoas reduzem o consumo", alertou o professor.
Sobral afirma que o maior problema é que "a produção se internacionalizou de uma tal forma que não se resguarda mais o consumo interno". Para ele, o Brasil vive hoje um processo de desindustrialização acelerado da economia brasileira.

"Vemos a fuga de capitais externos, as montadoras indo embora, outras empresas saindo... É uma economia que involui, que retorna a patamares pré-industriais. É um projeto de uma economia tão dependente dos mercados externos que não atende aos interesses do povo brasileiro, é nocivo para a maioria", avaliou.

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