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sábado

15 abril 2023

20:28:16
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O intelecto não é suficiente na orientação do Homem

A orientação que se trata aqui é a que emana da sabedoria do Criador; esta sabedoria criou o homem, entregou a ele sua meta de bem-estar e designou uma senda e uma finalidade para toda a criação. Essa meta de felicidade e bem-estar é a senda da autorrealização baseada no comportamento correto num ambiente social.

O intelecto não é suficiente na orientação do Homem para o respeito à lei. É claro que, necessariamente, não pode haver contradições ou deficiências na obra do Criador. Se, às vezes, um indivíduo não é capaz de discernir a finalidade (de Deus) ou esta pareça estar oculta da percepção normal, tal não ocorre em virtude da ausência de razão ou causalidade da parte de Deus, mas porque a causa está ligada a outras, o que a obscurece. Se não houver impedimentos a uma percepção clara da cadeia causal dos eventos, duas ações nunca parecerão incompatíveis ou contraditórias à harmonia da criação. Tampouco a obra do Criador parecerá contraditória ou imperfeita (como às vezes parece àqueles cuja percepção está impedida pela complexidade da cadeia causal dos eventos).

A orientação para a lei, cuja função é eliminar as diferenças e o conflito entre os indivíduos na sociedade, não é um assunto para o intelecto, já que este próprio intelecto provoca a disputa entre os indivíduos. É o intelecto que induz o homem a lucrar à custa dos outros e a preservar, primeiro e, sobretudo, seu próprio interesse, aceitando a justiça somente quando não há alternativa.

As duas forças opositoras, uma provocando dificuldades e outra as eliminando, são características do homem, que, obviamente, não existem no Criador: as incontáveis e cotidianas transgressões e violações da lei, com efeito, resultam dos que utilizam seu intelecto incorretamente, são eles mesmos as fontes de suas dificuldades.

O intelecto não é suficiente na orientação do Homem

Se o intelecto fosse realmente um meio para a eliminação da má ação na sociedade e fosse um orientador confiável para o bem-estar humano, reconheceria a validade da lei e do impedimento à violação. A recusa do intelecto a aceitar de bom grado o que foi concedido para o bem-estar do homem é confirmada quando verificamos que a aceitação de uma sociedade fundamentada em leis justas somente ocorre pela necessidade. Sem esta obrigatoriedade o intelecto nunca reconheceria a lei.

Os transgressores da lei assim agem por muitas razões: alguns se opõem a ela sem temor, pois seu poder excede o poder da lei, outros, porque vivem fora de seu alcance, em razão da fraude ou negligência das autoridades; outros ainda são capazes de inventar razões que fazem seus atos incorretos parecerem lícitos e aceitáveis; alguns se utilizam do desamparo daqueles que vitimam com a injustiça. Porém, nenhum desses encontra obstáculo em seus objetivos incorretos; e mesmo se um obstáculo surgir, seu intelecto, em vez de guiá-los à aceitação da lei, torna o obstáculo algo correto e sem efeito.

Com esses exemplos não temos dúvida que o intelecto, longe de controlar, restringir ou orientar o homem, somente usa sua influência para alcançar seu propósito. Concluímos então que, o intelecto não é capaz de orientar o homem para uma lei social que assegure os direitos, a liberdade e o bem-estar de todos os membros da sociedade.

Deus diz no capítulo 96 versículos 6 e 7: “Em verdade, o homem se excede quando se vê autossuficiente”. A autossuficiência aqui se refere a independência daqueles que imaginam fazer valer seus direitos por uma via diferente da via da legalidade.

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