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terça-feira

25 outubro 2016

21:08:16
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O caminho de Karbala a Sham (a Caravana dos prisioneiros da Família do Imã Hussein)-1

Depois de terem martirizado todos os soldados do Imã Hussein (S.A) as tribos traidoras e tiranas cortaram as cabeças deles todos. Isto registrou na história a ação mais covarde e ofensora que poderia ser tomada contra os mortos. Isso é proibido no Islã, e mesmo naquela época era algo totalmente rude.

A noite do décimo primeiro dia de Moharram, passou de uma forma inexplicável sobre a família do Imã Hussein (S.A). Seus homens foram assassinados, suas cabeças cortadas, seus corpos pisoteados, as tendas e barracas queimadas e saqueadas, e até as mulheres foram saqueadas. Neste momento, Zainab al-Kubra ( Irmã do Imã Hussein)1] era a condutora do grupo. Ela juntou todas as mulheres e crianças em uma tenda, e ao mesmo tempo pedia que tivessem paciência frente a tragédia que abalou a todos.

As famílias do grupo do Imã Hussein (A.S.) foram feitas como prisioneiras, todas as pessoas foram algemadas e carregadas sobre os camelos para serem levadas a Kufa. O Imã Ali ibnol Hussein ( o filho doente do Imã Hussein), que tinha na época vinte e três anos, e seu filho, Mohammad al-Baquer (A.S.), que tinha aproxima­damente três anos, foram algemados e aprisionados também. Alguns dos filhos do Imã Hassan (S.A) como Zeid, Amro, Hassan al-Muthanna e outros, estavam entre o grupo de prisioneiros também.

A caravana saiu de Karbala seguiu em direção à cidade de Kufa. A cidade recebeu os prisioneiros dos Ahlul Bait (A.S.), mulheres e crianças que foram injustamente aprisionados pelo exército Omíada depois do combate de Karbala. Antes de entrada da caravana a cidade foi cercada por militares do exército Omíada, que se espalharam por todos os cantos da cidade com o intuito de assustar a população. Os tambores do exército tocavam alto, as bandeiras eram erguidas, e as cabeças purificadas e sagradas dos mártires eram erguidas sobre as lanças que estavam à frente da caravana.

A cidade de Kufa e sua população demostrava medo e humilhação em seus olhos. Todos saíram para olhar a caravana e as mulheres choravam devido às ce­nas que viam. Imã Ali ibnol Hussein (S.A) não possuía mais forças, pois estava muito doente e seu corpo sangrava por causa das correntes que lhe algemavam. Suas mãos estavam acorrentadas e algemadas na altura de seu pescoço, e ele dizia com uma voz fraca: “Estes choram por nós. Quem foi o responsável por nossa tragédia?” Om Kolthum disse: “Não se envergonham de Deus por estarem olhan­do as mulheres e familiares do Profeta?”. Uma das mulheres de Kufa perguntou: “Que prisioneiros são vocês?” Responderam: “Somos as prisioneiras da família do Mensageiro de Deus (P.E.C.E)” Quando a mulher de Kufa soube quem eram os prisioneiros ela gritou muito alto e fez com que todas as mulheres ao seu redor gritassem e se desesperassem pelo fato que a família do Profeta estava sendo feita prisioneira. Em seguida esta mesma mulher foi à sua casa e juntou o que podia achar de véus e vestimentas para em seguida entregar à família de Mohammad, com o intuito de que todos pudessem se cobrir decente.

Uma outra mulher, quando soube que os prisioneiros eram da família do Profeta, trouxe alimentos e comida, entregando tudo às crianças que estavam com fome. Neste momento, Om Kolthum gritou: “A caridade está proibida sobre nós, Ahlul Bait”. Quando as crianças ouviram Om Kolthum dizendo isso não pegaram nada.

Quando Zainab al-Kubra86 viu a multidão olhando para ela e seus familiares ordenou a todos que se calassem para que pudesse falar sobre o massacre de Karbala e a traição do povo de Kufa ao Imam al-Hussein (A.S.), responsabili­zando o povo de Kufa pelo martírio do Imam al-Hussein (A.S.), o senhor dos jovens do paraíso. Todos ficaram quietos e ela começou a falar:

“Louvado seja Deus e que as bênçãos d’Ele estejam sobre nosso avô Muham­mad! Ó povo de Kufa, povo traidor e embusteiro! Vocês choram? Que não tenha fim seu choro! Não sejais como o que desata a corda que ela mesma atou. Não tendes entre vós senão sujos, pertinazes e mentirosos, e com o que fizestes atraístes a ira Divina! Que nunca acabe vosso choro e que vosso riso seja escasso! Carregais uma ignomínia que não pode ser apagada! Assas­sinastes os descendentes do Profeta, as testemunhas de Deus e as luzes do mundo. Coitados sois; sereis para sempre desonrados. Ó povo de Kufa, sabeis que arranhastes  o coração do Profetas? Sabeis que desonrastes e escravizastes as mulheres da Casa Profética? Sabes que derramastes o sangue do Profeta? Certamente, cometeste tal erro, e não há o que equiparasse a ele. Não será surpreendente se do céu chover sangue, e a punição da outra vida é muito pior do que a dessa, Deus perseguirá todos vocês até o fim.”

 

Continua.....

 

[1]

Zainab al-Kubra, neta do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), filha de Ali ibn abi Taleb e Fátima Azzahra (A.S.), e irmã dos Imames al-Hassan e al-Hussein. Sua idade no dia de Ashura era de 56 anos. Viveu até os 6 anos de idade ao lado do seu avô, o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), até os 36 anos ao lado do seu pai, até os 46 anos ao lado do seu irmão Hassan e ao lado de Hussein (A.S.) até os 56 anos de idade.

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