Esta equivalência e analogia foram explicadas pelo Profeta no “Hadith Thaqalayn” (as duas coisas de peso). O Profeta Mohammad (SAWA) disse: "De fato, deixarei entre vocês duas coisas preciosas, enquanto vocês se apegarem a elas firmemente nunca serão desviados ou deslizados, enquanto os seguem firmemente; um é o Livro de Deus (Alcorão), o outro é a Minha Progênie, ou seja, a minha família (Ahlul-bit) até o dia em que se juntarem a mim na fonte de Kowthar”.
A partir desse hadith, podemos entender que o livro de Deus (Alcorão) e a progênie (linhagem) do Profeta perseguem o mesmo objetivo, a saber, a orientação da humanidade em relação a Deus. Em versículo 28 de surata Zumar se lê: “É um Alcorão árabe, irrepreensível; quiçá assim temam a Allah". Diz-se sobre o Imam Hussein que ele nunca se desviou do caminho da verdade e inclinado pela falsidade, mesmo uma única instancia.
Em outras palavras, assim como o Alcorão Sagrado abre os caminhos de orientação a frente da humanidade, ele leva para os caminhos de orientação e salvação. Desde o primeiro momento em que começou sua jornada divina em direção a Karbala, ele não pensou em nada além de resgatar as pessoas do desvio e da corrupção. Ele nunca pensou em posições mundanas e luxos. Seu combate épico contra o corrupto e tirânico de Yazid e seu governo tornou-se a pedra angular para discernir entre verdade e falsidade.
O Alcorão é o milagre eterno e a prova que manifesta de Deus quando lemos em o versículo 157 de Surata Al-Anam: “Ou digais: Se o Livro nos tivesse sido revelado, teríamos sido melhor iluminados que eles. Porém, já vos chegou uma clara evidência, orientação e misericórdia de vosso Senhor. Haverá alguém mais injusto do que quem desmente e desdenha os versículos de Allah? Infligiremos o pior castigo àqueles que desdenharem os Nossos versículos, bem como àqueles que se tiverem afastado deles”.
O Imam Hussein (AS) é também a prova de manifesta de Deus que nunca será esquecido ou enfraquecido. Em numerosos textos de ziyarah (forma padrão de saudação e visitação ao Imam Hussein), nos dirigimos a ele dizendo: "Eu testemunho e invoco a Deus como testemunha que, verdadeiramente, você é a prova manifesta de seu Senhor". Então, este é outro motivo para provar que o Imam Hussein é paralelo ao Alcorão.
Há muitos versículos no Alcorão Sagrado fala sobre a questão do modelo e o exemplo da conduta. Por exemplo, em o versículo 21 de Surata Ahzab, Deus diz: ”Realmente, tendes no Mensageiro de Allah um excelente exemplo para aqueles que têm esperança em Allah e no Dia do Juízo Final, e invocam Allah frequentemente”. Deus ordenou o Profeta como um exemplar devido às suas virtudes sublimes como a perseverança, a previsão, a prudência, a sinceridade, a firmeza contra as dificuldades e assim por diante. Imam Hussein (AS), assim como seu avô, definiu um modelo para os homens de pensamento livre no mundo.
No caminho para Karbala, ele apresentou seu movimento e levante, dizendo: "Eu sou um exemplar para você". Quando Imam Hussein (AS) se recusou a jurar lealdade a Yazid, ele descartou a legitimidade de seu governo e provou a todos que a cultura de Hussein nunca pode comprometer-se com a cultura de Yazid.
Assim, se o pensamento de Yazid existe em qualquer idade ou lugar geográfico, é intolerável para as pessoas livres se submeter à injustiça e à humildade.
Deus é Aziz o que significa o augusto, digno, impenetrável e invencível. Seu Livro, o Alcorão Sagrado, também é Aziz (digno). No versículo 41 de Surata Fussilat, lemos: "Aqueles que degenerarem a Mensagem, ao recebê-la, (não se ocultarão d'Ele). Este é um Livro veraz por excelência".
Imam Hussein (AS) era uma pessoa inesgotável. Ele foi ouvido no calor da batalha, dizendo: "Por Deus, não estenderei a você a mão da humildade e não escaparei como escravos". No dia de Ashura, em resposta ao pedido de Ubaidullah ibn Ziyad (o comandante do exercito do inimigo) para a sua apresentação, disse: "A desgraça está longe de nós".
O conhecido estudioso sunita, Ibn Abi al-Hadid, diz: "O grande líder daqueles que desafiam a opressão no mundo, que ensinou ao povo do mundo valor e preferência da morte à sombra de espadas por desgraça, era o Hussein filho de Ali (AS), ele e seus companheiros que nunca cederam à desgraça”.
O poeta árabe, Sheikh Kazem Ozri, diz em um poema: "De fato, as espadas e as lanças haviam mutilado todos os seus corpos pelas feridas, mas seus méritos elevados permaneceram intactos". O Alcorão repetiu várias vezes o que é certo e proibido e o que está errado. Por exemplo, em o versículo de Surata al-Tawba, lemos: “Os crentes e as crentes são protetores uns dos outros; recomendam o bem, proíbem o ilícito, praticam a oração, pagam o zakat, e obedecem a Allah e ao Seu Mensageiro. Allah Se compadecerá deles, porque Allah é Poderoso, Prudentíssimo”. Imam Hussein, também, passou sua vida no caminho de ensinar o que é certo e proibindo o que estava errado. Estes dois atos obrigatórios têm três estágios: do Coração, Verbal e na Prática.
O Mestre dos Mártires não apenas expôs os crimes e a corrupção do regime dos Omíadas, como se levantou contra o ímpio Yazid à custa de sua vida.
Em sua última mensagem e carta a seu irmão Mohammad Hanafiya, o Imam Hussein escreveu: "Eu me levantei apenas por reformar a nação do meu avô. Pretendo oferecer o que é certo e proibir o que está errado. E quero praticar de acordo com a prática de meu avô e meu pai Ali ibn Abi Taleb”. Quando o Imam enfrentou as tropas de Horr e a traição das pessoas de Kufa se levantou e disse em palavras estimulantes: "Vocês não se observam que a verdade não é praticada e a falsidade não é impedida. Em tais condições, é necessário um fiel para se levantar e for entusiasmado ao conhecer seu Senhor”. É interessante que, em diferentes partes da sua Ziyarats (formas padrão de saudação) do Imam Hussein, lemos: "Dou testemunho de que você realmente manteve a oração, deu zakat, declarou o que é certo e proibiu o que está errado".
Como o Sagrado Alcorão é o milagre perpétuo de Deus para toda a humanidade ao longo da história, o Imam Hussein também é o mártir perpétuo, cujo levante e metas nunca serão envelhecidos, e muito menos esquecidos. O Imam Sadeq (AS) foi perguntado: "Por que o Alcorão se torna mais fresco apesar da passagem do tempo?" Ele respondeu: "Deus não enviou o Alcorão por um tempo específico e pessoas específicas. Assim, a qualquer momento e com todo povo está fresco até o Dia da Ressurreição".
Apesar de passar 14 séculos de o glorioso evento de Ashura, a memória das tragédias de Ashura e os inúmeros méritos de Imam Hussein (AS) nunca serão esquecidos e sempre estão frescamente e vivamente recordados. Portanto, as cerimônias de luto para o Imam Hussein, sua família e companheiros são realizadas de forma mais gloriosa e impressionante a cada ano. Isso mostra que Hussein e o evento de Ashura são imortais como os versículos do Alcorão. Isto é garantido pelo Profeta quando ele disse: "O martírio de Hussein, deflagra um calor no coração dos crentes que nunca esfriará".
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