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terça-feira

17 outubro 2017

02:55:00
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Os méritos e virtudes do Imam Ali Ibn Al-Hussein, Zein Al-Ábidín”, a Formosura dos Devotos e Al-Sajád, o senhor dos prostrados (

“Não vejo a morte a não ser como felicidade, e a vida com os injustos é inútil, “Ó Deus, abençoa Mohammad e seus descendentes”. Faça com que a minha fé alcance a maior perfeição. Que a minha crença seja a mais excelente das crenças. Que a minha intenção seja a melhor resolução e minha conduta a melhor das ações”.

Hoje é 25 do mês de Muharram, que coincide a 16 de outubro, a data do martírio do quarto Imam xiita, o Ali ibn Al-Hussein. O Imam Ali ibn Al-Hussein (A.S) nasceu em Medina, a Iluminada, no mês lunar árabe de Chaabán do ano 38 Hejríta (661 d.C.), durante o califado de seu avô paterno, o Imam Ali ibn abi Taleb (A.S), em época tranquila, quando a nação islâmica vivia feliz e em paz sob o seu governo, tendo sido o Capitão de sua embarcação e Comandante de seu povo. O Imam Ali ibn Al-Hussein (A.S), era conhecido pela alcunha de “Zein Al-Ábidín”, isto é “A Formosura dos Devotos” e por “Sajád”, ou seja, “O Prostrado”, senhor dos prostrados.

Não há na história do oriente quem se assemelhe ao Imam Zain Al Ábdin (A.S.) quanto a excelência de sua conduta e a sua sublimidade pessoal, somente seus pais, que iluminaram a sua vida com suas virtudes, genialidades e uma fé extraordinária em Deus, o Altíssimo. Esse grandioso Imam é um ser inigualável na história da humanidade,

Devido aos seus nobres valores e seus méritos, que elevaram o Imam Sajád aos mais perfeitos níveis. A benevolência é uma das mais sublimes características que distinguem o ser humano. O Imam Sajád (A.S.) era uma das pessoas mais benevolentes e uma das quais mais reprimiam a cólera.

No que se refere aos acontecimentos graves que aconteceram ao Imam Zain Al ‘Ábdin (A.S.) dizemos que ninguém no mundo foi acometido com tantas desgraças como esse grandioso Imam foi acometido. As aflições se abaterem sobre ele desde o seu nascimento até à sua morte. Ele foi afligido pela morte da mãe, ainda na etapa de sua infância, sem desfrutar de seu carinho e amor. Ele presenciou, na flor de sua juventude, o martírio de seu avô, o Príncipe dos Fiéis, pela mão de um vil criminoso, dentre os imundos da humanidade, Abdel Rahman Ibn Muljim. Aquilo foi seguido pelo desamparo do exército do Imam Hassan e a sua opção de aceitar a paz, seguido por uma grave crise sobre os xiitas dos Ahlul Bait (A.S.) quando Moawiya Ibn Abu Sufian assumiu a liderança do governo. Ele (Moawiya) foi tirano, derramou muito sangue de pessoas puras, que apoiavam os membros dos Ahlul Bait (A.S.). Ele arrancou os olhos de uns; colocou pessoas nas masmorras; tirou os direitos de cidadãos de outros; assassinou o neto do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), envenenando-o; impôs o seu filho, Yazid, como governante dos muçulmanos, coagindo as pessoas a aceitá-lo, mesmo conhecendo a sua obscuridade, corrupção, depravação, e de ser desprovido de todos os valores humanos. Após a morte do tirano, Moawiya, o líder dos mártires e dos libertadores, o Imam Hussein, eclodiu a sua importante revolução para salvar os muçulmanos do governo Omíada que visava acabar com os valores islâmicos e eliminar o capital espiritual e as suas conquistas científicas e intelectuais. O Imam Zain Al ‘Ábdin (S.A.A.S.) viu os grupos criminosos dos exércitos da incredulidade que cercaram seu pai em Karbalá, ceifando as cabeças da nata dos Ahlul Bait (A.S.) e seus grandiosos companheiros.

O Imam passou por aflições e provas que fariam os corações se derreterem de tristeza. Ele provou as piores tragédias com paciência, confiante, deixando a sua situação nas Mãos de Deus, exaltado seja aceitando a Sua determinação. Sua nobre alma angelical era a extensão das almas de seus pais, que dedicaram seus espíritos a Deus, exaltados seja, e se sacrificaram, armando-se de paciência diante do que sofreram de negras aflições. Zain Al ‘Ábdin (A.S.) via a paciência como uma forma de lucro, como o ápice da obediência a Deus, exaltado seja. Visto a sua inabalável personalidade, o Imam Zain Al ‘Ábdin é considerada a mais extraordinária personalidade no decorrer da história, e a sua determinação perante os acontecimentos desconcertantes é prova disso.

O papel do Imam Sajád (AS) na Revolução do Imam Al-Hussein (AS)

O Imam Sajád (A.S) acompanhou seu pai, o Imam Al-Hussein (A.S) desde a sua saída da cidade de Medina, juntamente com seus irmãos, tios e companheiros de seu genitor, até chegarem à Karbala, localizada no Iraque, onde ocorreu a hedionda batalha e que, por determinação de Deus Todo Poderoso, ele fora milagrosamente poupado do extermínio, a fim de que se cumprisse a recomendação do Mensageiro de Deus (S.A.A.S) na sucessão do Imamato, para que a nação islâmica não fique sem o seu Imam, e possa guiá-la em seu governo e doutrina.

O papel do Imam Sajád (A.S) foi de extrema importância para a confirmação dos ideais da revolução do Imam Al-Hussein (A.S) a fim de alertar as pessoas contra o cruel domínio dos Omíadas e suas ações contra os direitos do Mensageiro de Deus (que paz e benção divina estejam com ele), quando na cidade de Al-Cúfa, o povo se exaltava e chorava pela decepção ao ouvirem o seu discurso inflamado e, diante do conflito da população, o Imam Ali Assajjád (A.S) depois de glorificar e engrandecer Deus curvou-se e se prostrou orando pelo Mensageiro de Deus (P.E.C. E). O Imam Sajád (A.S) teve atitudes de coragem e destemor diante de Obaidallah ibn Ziád, na cidade de Al-Cúfa, em sua sala de audiências do Palácio do Governo, ao desmascará-lo diante dos presentes e, principalmente, ao lembrar a todos a posição do Mensageiro de Deus Mohammad (P.E.C. E) e da importância da linhagem dele, por ser purificada por Deus.

Em seguida, ele começou o seu discurso:

“Oh humanos, eu sou Ali ibn Al-Hussein ibn Ali ibn abi Taleb”! Eu sou o filho daquele que se lhe tomaram seus bens e se lhe aprisionaram seus filhos e suas mulheres! Eu sou o filho daquele que foi cruelmente assassinado nas margens do rio Eufrates por aqueles que estavam ávidos de seu sangue, pisando em seus direitos, porém, nada foi em vão, senhores!

Oh humanos, Por que, por Deus! Por que vós escrevestes ao meu pai, convidando-o para vir até Al-Cúfa, e quando ele vos atendeu, vós o matastes?!

Oh humanos, o que fareis quando o Mensageiro de Deus vos questionar no Dia do Juízo Final e vos censurar dizendo-lhes: “Vós matastes os da minha Casa e não avaliastes o que vos era defeso. Portanto, vós não sois da minha nação”!”...”

Diante da eloquência do Imam Sajád, (A.S) a população se inquietou mais ainda, depois do que acabaram de ouvir dele, passando a se repreenderem uns aos outros e a censurarem-se decepcionados pelo que fizeram.

Após a Cufe a caravana de cativos e prisioneiros da família do Hussein ibn Ali, foram levados à cidade de Damasco, a sede do governo do Yazid Ibn Moawiya, o governante Omíada.

Na presença de Yazid ibn Mu´awiyah

Em Damasco, diante do usurpador do poder, Yazid ibn Moáwiya, o Imam Sajád teve uma postura magnífica de intrepidez e bravura, conforme o relato dos historiadores.

Um dos historiadores a este respeito narrou: “Eu estava em Damasco quando o exército Omíada chegou com os prisioneiros, descendentes de Mohammad, os quais foram levados para uma Mesquita localizada ao lado do Mercado de Damasco. O Xeque da mesquita que os recebeu, aproximou-se do grupo de cativos e, dirigindo-se ao jovem Imam Sajád e disse:

Graças a Deus, que vos dizimou e apagou o vosso encanto, livram da terra de vossa presença e... Continuando com suas ofensas e palavras ferinas tal chuva torrencial sobre o jovem Imam, que o ouvia em silêncio até o fim, quando então o interpelou:

Oh Xeique, acaso já leste o Alcorão? Sim. Assentiu o Xeique.

“Já leste as palavras do Altíssimo: Dize-lhes: Não vos questiono sobre ele recompensa senão a afeição para com meus parentes. Sim, eu já li este versículo. Respondeu o Xeique. Pois saibas que somos nós os tais parentes!. Afirmou-lhe o Imam Sajád. Acaso, tu já leste: E concedas ao teu parente os seus direitos?

Sim, já li também. Tornou a responder o Xeique. Pois somos nós os tais parentes que Deus ordena ao Seu Profeta a concessão de seus direitos. Sois vós mesmos?!

Certamente que o somos! Confirmou o Imam Sajád. Já leste o versículo (Al-Khamos) que diz o seguinte: E sabei que, de tudo quanto despojardes do adversário, pois a Deus, o Mensageiro e aos que dele se aparentam pertence à quinta parte. Sim, já li. Assentiu novamente o Xeique. Pois fazemos parte deste parentesco! Mas, já leste o versículo de Attauhid que diz: Pois Deus só deseja afastar de vós à abominação oh descendentes da linhagem da Casa Profética e vos purificar integralmente. Ao ouvir os versículos recitados pelo jovem Imam, o velho Xeique levantou os braços para o céu e falou:

Oh Senhor, peço o Teu perdão!. Repetindo a indulgência por três vezes. Oh meu Senhor, peço o Teu perdão pela inimizade para com os da linhagem do Mensageiro, e me livres de seus assassinos!

Ao tomar conhecimento do arrependimento do Xeique daquela Mesquita, Yazid ibn Moáwiya ordenou imediatamente a sua execução.

 

No momento em que o Imam Ali Ibnol Hussein entrou no palácio  e ficou              perante Yazid, ele perguntou: “Ó, Yazid! O que pensas que o Mensageiro de Deus diria se nos visse com as mãos atadas assim?” Esta frase simples, plena de sentido, pronunciada pelo Imam (A.S.), provocou lágrimas nos olhos dos que estavam presentes. Neste momento foi ordenado que as cordas fossem tiradas dos prisioneiros. Os prisioneiros foram colocados no centro do salão da mesquita onde todos os prisioneiros permaneciam, sendo que foram colocados próximos das escadas e a cabeça do Imam al-Hussein (A.S.) foi colocada bem próxima do tirano Yazid              ibn Mu´awiyah.

Yazid ibn Moáwiya ordenou a um de seus oradores que subisse ao altar e recordasse, ofensivamente e humilhantemente, ao Imam Ali ibn abi Taleb e ao Imam Al-Hussein (A.S.). O orador se sentou no altar e iniciou seu sermão, elogiando a Yazid ibn Moáwiya e insultando a estes dois honrados Imames.

O Imam Ali ibnol Hussein (A.S.), que estava ali presente, silenciou as palavras do orador dizendo: “Ó, pobre de ti! Trocastes a satisfação do Criador pela satisfação da criatura, preparando assim teu lugar no inferno.”.

O Imam Ali ibn Al-Hussein (A.S), virou-se para Yazid, disse-lhe: Deixa-me subir ao púlpito para proferir o que agrada a Deus, para que Ele me agracie com a recompensa!”

Naturalmente que Yazid negou-lhe o pedido, porém, diante da insistência dos presentes, acabou consentindo que o Imam Sajád (A.S) subisse no púlpito e glorificasse a Deus e O enaltecesse. Em seguida, o jovem Imam (A.S) começou seu discurso:

Ele que não tem início e que Sua essência é eterna e imortal, o Primeiro, sem princípio, e o Último, sem final, e depois que tenha se extinguido toda a criação Ele permanecerá e continuará eternamente...

Ó, povo! Fomos agraciados com seis virtudes, sabedoria, paciência, generosidade, eloquência, valentia, e com o preenchimento dos corações dos fiéis de amor por nós..., e nos privilegiou para que o Seu Profeta e Mensageiro seja de nossa gente.

Oh humanos, o verídico para esta nação foi o Príncipe dos Crentes o Imam Ali ibn abi Taleb, assim como o são de nós Jafar, o pregador, Hamza, o Senhor dos mártires, Al-Hassan e Al-Hussein, netos do Mensageiro.

Oh humanos, quem me conhece já me conheceu, e quem não me conhece, fá-lo-ei me conhecer e conhecer os meus ancestrais.

Oh humanos, eu sou o filho de Meca e Mena, eu sou o filho do poço de Zam Zam do monte Al-Safá, eu sou o filho daquele que resolveu como carregar a Pedra do alicerce pelos cantos de um tecido, eu sou filho daquele que viajou em uma mesma noite do Masjedol Haram até Masjedol Aqsa, eu sou o filho daquele que Deus lhe revelou o que foi revelado, eu sou o filho de Al-Hussein! Assassinado em Karbala!..

Eu sou o filho de Mohammad, o Escolhido! Eu sou o filho de Fátima Azzahra! Eu sou o filho de Khadidja, a Grande! Eu sou o filho daquele que foi banhado no próprio sangue! Eu sou o filho daquele que foi abatido em Karbala! Eu sou o filho daquele que, por ele o Gênio chorou na escuridão e as aves o lamentaram no espaço!”

Diante do discurso cheio de mágoa e de dor, os presentes não puderam mais conter a emoção, inquietando-se e chorando, enquanto as lágrimas lhes rolavam pela face.

 

O Imam voltou seu rosto iluminado para Yazid e disse: “Ó Yazid! Este querido e grandioso Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) é teu avô ou meu? Se tu afirmas que é teu, estarás mentindo! E se disseres que é meu, pergunto. Porque matastes aos meus familiares, os despojastes de seus pertences e tornaste prisioneira a minha família? Ó, Yazid! É com este comportamento que consideras a Mohammad, Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) e viras teu rosto em direção a Meca para realizar tuas orações? Quão infeliz serás, quando meu avô te enfrentar no Dia do Juízo Final.”.

O Imam Sajád (AS) morreu injustiçado e agoniado na cidade de Medina e, a causa de sua morte foi pela ingestão de um veneno, que lhe foi ministrado traiçoeiramente por parte do então governador daquela cidade, Hichám ibn Abdel Málek, a mando do califa Omíada Suleiman ibn Abdel Malek, sem que se lhe compute culpa alguma, exceto por ter sido o mestre dos ensinamentos de Deus aqui na Terra, sempre içando o padrão da justiça, e, por ter sido um Imam verídico e virtuoso, guiando o povo pelos caminhos da retidão e da iluminação, até o dia em que morreu como mártir no ano 95 Hejríta, correspondente ao ano de 715 d.C., aos 57 anos de idade.

Apresentamos o nosso pêsame e condolências a todos os seguidores deste amado líder islâmico e o “Zein Al-Ábidín”, isto é “A Formosura dos Devotos” e o senhor dos prostrados perante o Deus.

 

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