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sexta-feira

20 outubro 2017

18:43:04
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O papel da mulher na construção da civilização humana (8)

O Islam autêntico trata a mulher como um ser humano, da mesma forma que trata o homem nesta questão, sem levar em conta a masculinidade e a feminilidade, pois ambas posuem suas objeções e características comuns.

O Islam autêntico trata a mulher como um ser humano, da mesma forma que trata o homem nesta questão, sem levar em conta a masculinidade e a feminilidade, pois ambas posuem suas objeções e características comuns.

Visto que a mulher é um ser humano igual ao homem, o discurso civilizado que o Islam prega para construir a vida generosa na Terra é dirigido ao homem e a mulher por igual.
“Ó humanos em verdade, nós vos criamos de macho e fêmea...” (Alcorão Sagrado, C.49 – V.13)
“Foi ele quem vos produziu de um só ser...” (Alcorão Sagrado, C.6 – V.98)
“Ele foi quem vos criou de um só ser, e do mesmo, fez a sua companheira, para que ele convivesse com ela...” (C.7 – V.189)
Portanto, qualquer discurso geral para os “fiéis” ou “humanos” é realizado sem especificar parte alguma, o entendido aqui é o ser humano de forma geral, “o homem e a mulher em conjunto”.
Enquanto que nas legislações e concepções que abordam a natureza particular do homem ou da mulher, o discurso neste caso se dirige para este ou aquele sexo, ou para a tarefa e a particularidade do caso, e a natureza da pessoa para a qual se está dirigindo a palavra. Por exemplo:

“Os homens são os protetores das mulheres porque Deus dotou uns com mais (força) do que as outras, e porque as sustentam do seu pecúlio. As boas esposas são as devotas, que guardam, na ausência (do marido), o que Deus ordenou que fosse guardado. Quanta aquela de quem constata rebeldia, admoestai-as
(na primeira vez), abandonai os seus leitos (na segunda vez) e castigai-as (na terceira vez); porém se vos obedecerem, não procure meios (escusos) contra elas. Sabei que Deus é excelso, magnânimo”. (Alcorão Sagrado, C.4 – V.34)
“Não podereis, jamais ser eqüitativos com vossas esposas, ainda que nisso vos empenheis; por essa razão, não negligencies demasiadamente uma delas, deixando-a como se estivesse suspensa; porém, se vos reconciliardes e temerdes, sabei, que Deus é indulgente, Misericordioso”. (Alcorão Sagrado,
C.4 – V.129)
Salvo alguns discursos divinos dirigidos para o homem ou para a mulher, conforme os pré-requisitos da formação natural de cada um deles, todos os discursos dos mensageiros são dirigidos para todos os seres humanos, sem distinção de sexo, como citamos anteriormente.

Por isso, todas as orientações, valores, concepções e decretos divulgados pela mensagem islâmica para propagar a prosperidade e erguer a civilização humana, colocam aqueles que acreditam nelas diante da responsabilidade divina e histórica de afirmar a verdade e divulgar a conduta correta, concretizando os objetivos da mensagem e construindo a vida.
O incentivo ao que é lícito, a advertência contra o abominável, a convocação para a religião de Deus e a divulgação de seus princípios e valores, e todos os outros meios utilizados pelos mensageiros para construir a civilização islâmica, são missões que podem ser realizadas tanto pelo homem como pela mulher, cada um de acordo com sua posição:
“Os fiéis e as fiéis são protetores uns dos outros; recomendam o bem, proíbem o ilícito, praticam a oração, pagam o Zakat, e obedecem a Deus e ao Seu mensageiro. Deus se compadecerá deles, porque Deus é poderoso, prudentíssimo”.
(Alcorão Sagrado, C.9 – V.71)
“Ó Profeta quando as fiéis se apresentarem a ti, jurando-te fidelidade...” (Alcorão Sagrado, C.60 – V.12)
A construção da civilização, formada pelo homem e pela mulher em conjunto, efetua-se através de várias tarefas e funções:

1- A presença de homens e mulheres fiéis à mensagem de Deus e suas disciplinas na plataforma de construção da civilização.
2- A proteção de uns aos outros nas piores e nas melhores situações, se ajudando para sempre afirmar a verdade na sociedade.
3- Que divulguem o bem e condenem o abominável.
4- Que realizem as obrigações para com Deus, como a oração,
o jejum, a caridade e todas as outras tarefas.
5- Que representem a obediência a Deus, o Glorificado, e ao Seu Mensageiro (S.A.A.S.) em tudo que eles ordenaram e/ou proibiram, e que tal obediência seja completa e absoluta, pois não se pode obedecer alguns pontos e ignorar outros conforme seus interesses e desejos.
6- Que recordem do Zakat e sua efetivação, conforme é indicado no versículo alcorânico como sendo uma das características da nação que é benevolente e crê em Deus. E que gastem o seu dinheiro e utilizem os seus bens em prol da nação islâmica, para abrir seu caminho na batalha da vida.
E entre as obrigações da construção da civilização e o estabelecimento do estado de justiça está defender o Islam genuíno com a mensagem, a nação e o estado.
Em relação à defesa da doutrina islâmica, esta responsabilidade não se limita apenas aos homens; pois nessa tarefa todos participam da forma que lhe for mais conveniente, com o dinheiro, opinião, armas, e etc. O mais importante é utilizar todas as forças em prol dessa causa.
A defesa da mensagem islâmica como um todo possui diversas condições, como decretam os jurisprudentes da legislação islâmica. Isto porque a luta de defesa impõe a necessidade de defesa da essência do Islam frente ao ataque do inimigo descrente, o que exige cerrar as fileiras e concentrar as energias da nação para enfrentar os agressores, sejam as energias dos homens ou das mulheres. Ao contrário, a luta de natureza agressiva (ataque), que o governante dos muçulmanos declara quando, onde e como é realizada, e é ele quem define todas as condições necessárias para tal combate, por isso, o combate em campo não
50 Fundação Al-Balagh
engloba a mulher como também não engloba vários outros setores, e já a luta de defesa impõe um estado de defesa para todos os muçulmanos, de todos os setores, de acordo com as suas condições particulares.28
Poderia o Islam imaginar a participação da mulher no campo social, econômico e administrativo em outras situações que não sejam em um estado de luta de defesa? Podemos imaginar que a nação islâmica, na fase de construção da civilização e enfrentamento da dependência econômica e cultural, e dos complôs tramados contra a sua existência e sua mensagem que fazem de tudo para atrasar a sua partida na direção da construção, da mudança e do avanço da civilização, vive condições difíceis de desafio e trabalho adverso? Podemos imaginar a natureza da batalha que os muçulmanos travam contra seus inimigos em todas as frentes, o que impõe que a mulher dê passos importantes no campo econômico administrativo, e cultural, ou em outras atividades práticas que ela não executa nas circunstâncias comuns vividas pela nação islâmica?
Diante dessa situação poderemos imaginar dois modos de participação da mulher no campo de construção social, mudança e participação nas operações de desenvolvimento:
A- O nível da situação ordinária que a nação vive é um estado normal para o exercício da legislação, aplicação da justiça, conquista do inimigo, e para tornar-se influente no mundo e na região, além de aumentar o grau de desenvolvimento e o trabalho no campo político, econômico e cultural, entre outros.
B- O nível da situação extraordinária é o tipo de situação que a nação islâmica está vivendo nos tempos atuais, um estado de ocupação, decadência, atrelamento, complôs, identidade perdida, influência do domínio externo e outros males diversos. É justo pressupor que as atividades civilizadas, sociais e políticas da mulher muçulmana ficam iguais às do período ordinário, comum e natural?
28. Mohammad Jawad Mugnié. “Fiqh Al-Imam Jafar Asadeq (A.S.)
(A Jurisprudência do Imam Jafar Asadeq). Volumes 1 e 2 – Páginas 261 e 163.

Todas essas situações apresentadas no início contribuem para que o papel da mulher na sociedade islâmica seja dificultado, conforme as circunstâncias que o renascimento islâmico está atravessando, a situação que o Islam está enfrentando como mensagem e a situação que os muçulmanos estão enfrentando como uma nação, se abrindo sobre as responsabilidades religiosas para manufaturar a prosperidade e impor a lei da fidelidade e da civilização purificada dos Profetas.
Este ponto de vista contribui para se criar posições estratégicas de movimento na sociedade, e tarefas para cada um dos indivíduos desta mesma sociedade, além de clarear as posições e as tarefas nas situações de alerta que o movimento da nação islâmica enfrenta, levando em consideração a realidade biológica e o espírito de virtude que deve reinar na sociedade islâmica e em sua civilização benéfica criada em conjunto pelo homem e a mulher, conforme somos divinamente informados pelos seguintes versículos alcorânicos:
“... Elas têm direitos equivalentes aos seus deveres de forma justa, embora os homens tenham um grau a mais sobre elas...”. (C.2 – V.228)
“Os fiéis e as fiéis são protetores uns dos outros, recomendam o bem, proíbem o ilícito, praticam a oração, pagam o Zakat, e obedecem a Deus e ao seu mensageiro. Deus se compadecerá deles, porque Deus é poderoso, prudentíssimo”. (C.9 – V.71)
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