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sexta-feira

17 novembro 2017

20:03:52
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Porque o papel da mulher foi excluído da consciência das massas?(9)

Se a posição da mulher na sociedade islâmica tem este nível de clareza e nitidez como observamos no relato anterior, porque então este papel foi excluído da consciência dos muçulmanos e do restante do mundo por vários séculos?

Se a posição da mulher na sociedade islâmica tem este nível de clareza e nitidez como observamos no relato anterior, porque então este papel foi excluído da consciência dos muçulmanos e do restante do mundo por vários séculos?
Existem vários fenômenos que contribuíram para o enfraquecimento e carência entre o povo da visão divina que a mensagem islâmica estabeleceu a respeito da posição da mulher na vida humana e na construção da civilização islâmica virtuosa. O observador deste assunto poderia registrar causas culturais, sociais, raciais e talvez políticas, que podemos resumir nos seguintes pontos:
1) A decadência cultural que atingiu a caminhada histórica do Islam após o falecimento do Profeta Mohammad (S.A.A.S.) e a lenta volta da cultura retrógrada e tribal na vida dos muçulmanos. Pois encontramos diversos relatos que depuseram a importância e a posição da mulher na vida humana, todos do período omíada, que acelerou o movimento de manipulação dos relatos na mão de um grupo de mercenários que inventaram uma infinidade de teorias que desdenham a importância e o papel da mulher na vida e na civilização, e os atribuíram ao nome do Profeta Mohammad (S.A.A.S.).29
Fortaleceu-se a presença do chamado harém nos palácios dos governantes, uma contenção de várias mulheres à disposição do governador. E a mulher voltou a ser considerada uma mera peça sexual na época omíada e na época abássida, fruto de um comportamento hipócrita influenciado pela cultura romana, que tinha uma influência nítida nos países da região conhecida como Cham (atual Síria, Jordânia e Palestina), e igualmente influenciado pela cultura dos magi, que dominaram a pérsia. Os palácios de Damasco, Bagdá e Córdoba inundaram-se com imitações das civilizações pré-islâmicas, como ocorreu entre a civilização bizantina, a civilização persa e outras mais.

É natural que estes comportamentos miseráveis venham acompanhados por um movimento cultural e literário que divulgava e dava credibilidade a esta cultura, como vemos nas poesias daquela fase, e na literatura e suas narrativas.
2) A cultura islâmica foi influenciada pelos israelitas, que abriram seus canais sobre essa cultura desde cedo através de um grupo de intelectuais judeus e cristãos que se converteram ao Islam e veicularam as suas culturas particulares à doutrina islâmica através das interpretações, traduções, relatos e biografias dos profetas anteriores (A.S.). Alguns muçulmanos benevolentes foram influenciados por essa corrente, que se arraigou na vida islâmica e ganhou força após o falecimento do Profeta (S.A.A.S.)30.
Os líderes dessa corrente na vida islâmica eram Caab Al-Ahbar e Tamim Al-Dari, e seus discípulos, como Abu Huraira e Abdallah bin Amro bin Al-A’ss e outros mais, que tiveram grande influência nas traduções, tradição, jurisprudência, conceitos e doutrina.
Essa corrente cultural dissiminou junto a outros pontos a visão errônea a respeito da mulher, a mesma visão das culturas antigas vigentes na sociedade grega, romana e egípcia, sobre as quais já comentamos anteriormente.
3) A ausência da experiência islâmica sadia, o que reflete na prática da vida e da civilização islâmica genuína, e no nível da relação entre o homem e a mulher, e vice-versa, e na posição de cada um deles na construção do cotidiano humano virtuoso. Este estado de coisas apareceu em vários períodos de governo na época islâmica após o falecimento do Profeta (S.A.A.S.), e ao longo dos governos omíada e abássida.
As primeiras fases de governo e a experiência social após o falecimento do Profeta (S.A.A.S.) eram um período de estabelecimento, que foi tomado como protótipo para a experiência islâmica,

na vida e na instituição da sociedade. A história é um grande testemunho sobre alguns governantes deste período, que poluiram a visão da sociedade a respeito da mulher, e que com grande irresponsabilidade contribuiram para a teoria que defende que a mulher não tem condições de participar na construção da vida, deturpando a imagem real da posição do homem e da mulher na mensagem islâmica sagrada.
4) O domínio do homem nas sociedades e o seu modo absoluto de agir nos diversos ramos da vida humana e a exclusão do papel da mulher por longas eras históricas. Tudo isso contribuiu para suprimir a verdadeira imagem islâmica sobre as posições do homem e da mulher na vida humana, como configurado e defendido pelo Islam genuíno.
5) A submissão total da mulher a uma realidade falsa que suprime os seus direitos. Uma situação contrária à situação da mulher no período do Profeta (S.A.A.S.), onde ela debatia, dialogava e participava de todas as posições importantes do movimento contínuo da experiência islâmica.
E isto foi registrado no Alcorão Sagrado como uma experiência modelo. Deus, o Todo Poderoso, disse:
“Em verdade, Deus escutou a declaração daquela que argumentava contigo, acerca do marido, e se queixava (em oração) a Deus; Deus ouviu vosso diálogo”. (C.58 – V.1)
E também foi registrado na experiência fantástica liderada pelo Profeta (S.A.A.S.) em Medina, sede do seu governo, um magnífico espetáculo do valor da posição da mulher e sua participação na primeira experiência islâmica. E de acordo com a história humana houveram raras experiências igualadas a esta.

6)O aparecimento dos movimentos dos direitos da mulher na Europa, que se radicalizaram e contribuíram nas últimas décadas para desestabilizar a imagem feminina de uma forma total.
Eles retiraram a mulher da sua posição principal e carregaram-na de responsabilidades e tarefas insuportáveis. Até que surgiu na Europa, há algumas décadas, o chamado terceiro sexo, que perdeu totalmente o seu aspecto feminino.
A Europa contemporânea está vivendo a sua pior fase com a desarticulação da família, e algumas sociedades enfrentam uma queda de índices de natalidade, alastramento de obscenidades, interrupção de relações sociais e uma grave exposição da nova geração ao acaso e à perdição.
Notamos o aumento do uso da mulher como um objeto de prazer de forma alarmante; as atividades comerciais em todos os países europeus transformaram a mulher em um objeto de exposição e de publicidade para as empresas; até o ponto de o comércio do sexo e da obscenidade se tornar um negócio nacional rentável que gera entrada de divisas para alguns países.
Esses são alguns pontos que apresentamos em relação aos fenômenos que contribuíram para a exclusão do papel civilizatório da mulher conforme ensinado pela mensagem de Deus.

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