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quarta-feira

12 setembro 2018

08:06:38
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Especial por ocasião do início do mês de Muharram

Estamos no mês do aniversário do martírio de Imam Hussein (A.S) e mais uma vez, os corações de todos os muçulmanos xiitas estão tristes.

Nas cidades e países do mundo, onde vivem os muçulmanos em especial xiitas, as pessoas estão se preparando para as cerimônias de luto do mês de Muharram. Nestes dias, em sinal de luto, são encobertas as paredes das mesquitas com panos pretos.

Os seguidores de Imam Hussein servem água fresca para os enlutados, recordando memórias dos sedentos mártires de Karbala, incluindo o filho de seis meses de Imam Hussein, Ali Asqar, e em memória da coragem de Hazrate Abbas, o Irmão do Imam Hussein, e um homem valente que na cena de batalha tentou trazer água para as crianças da família do Hussein que estavam com sede, mas foi martirizado na beira de um rio abundantemente cheio de água, sedeando.

Muharram é o primeiro mês do ano no calendário Hégira lunar. O motivo da sua nomeação pelo este nome, é que neste mês é proibida a guerra e conflito entre os fieis muçulmanos.

A partir do incidente do martírio de Imam Hussein (A.S) em Karbala, no Iraque, que ocorreu em Muharram, no ano 61 do Hégira lunar, este mês tornou-se um momento de luto pelos xiitas. Embora a guerra e o derramamento de sangue tivessem sido proibidos em este mês, o cruel exército do Yazid, o então califa Omíada atacou o Imam Hussein e os seus seguidores neste mês, levando ao cabo o triste evento da Ashura. Um evento doloroso que reúne os seguidores do Imam Hussein todos os anos e as cerimoniosas de luto em qualquer parte do mundo que se realiza todos os anos neste mês, entristeçam os seus corações de qualquer pessoa e os fieis muçulmanos, em especial os xiitas de todo o mundo.

Após o martírio de Imam Hussein (A.S), os Líderes da linha Imamato, da geração do Profeta Muhammad (P) comemoravam as cerimônias de luto nos dias de Muharram e, a partir daí, encorajavam os xiitas a fazer o mesmo, para manter vivo para sempre. O caminho do Imam Hussein e refrescar o seu grande objetivo, isto é, resistência à corrupção, injustiça, desvios e crueldade.

O Imam Reza (A.S) disse: "Quando chegar o mês de Muharram, ninguém pode ver o rosto do meu pai (Imam Kazim) sorridente, porque o sofrimento e a dor o dominavam até o dia de Ashura, um dia de tribulação, tristeza e choro. Ele continuou: Hoje é o dia em que o Hussein (que a paz esteja com ele) foi martirizado no caminho”.

Numa breve olhada à história do Islã após o incidente de Karbala, podemos ver que essas congregações e as mensagens da Ashura têm sido um modelo para o início de muitas revoltas no caminho de Deus e resistência às cruéis.

O movimento espontâneo de milhões de muçulmanos iranianos na gloriosa Revolução Islâmica em dois meses seguidos, o Muharram e o Safar, especialmente nos dias de Tasua e Ashura (o nono e decimo dia do Muharram), abalou os tiranos e evidenciou e vir à tona a razão de insistência dos Imames xiitas em seguir o caminho do Imam Hussein.

Não só na Revolução Islâmica do Irã, o povo fez uso máximo das cerimônias dedicadas ao Imam Hussein para dar uma resposta dura à opressão do regime do Xá, como este ponto e assunto foi muito influente e relevante para os povos muçulmanos em especial no Iraque e n Paquistão, na sua luta para alcançar a independência.

Gandhi, o líder da independência indiana, disse: "Eu estudei cuidadosamente a vida do Imam Hussein, o grande mártir do Islã, e prestei atenção suficiente às páginas de Karbala, e ficou claro para mim que se a Índia quiser se tornara um país triunfante, deve seguir o modelo do Imam Hussein”.

O despertar político é uma das importantes obras de realizar cerimonio de lutos pelo Imam Hussein (A.S) e seus companheiros. Os muçulmanos honram a inocência da família do Profeta e sua resistência à crueldade ao se reunir nas cerimônias de este mês.

Por esta razão, vemos que ao longo da história, as cerimônias de luto pelo Imam Hussein têm sido um bom refúgio para os povos oprimidos em todas as partes do mundo, e Hussein foi considerado o eixo da verdade contra a falsidade.

O pesquisador cristão Antoine Bara acredita que o Imam Hussein (S.A) não pertence apenas aos xiitas ou aos muçulmanos, mas também ao mundo inteiro e a todos os libertadores. Bara tem dito: "Hussein é uma Joia eterna das religiões".

Bara, um fiel seguidor de Imam Hussein (A.S), passou muitos anos de sua juventude estudando a vida e a revolta do Imam Hussein (A.S). Ele é o autor do livro "Hussein (A.S) no pensamento do cristianismo", um livro que foi traduzido em dezessete de idiomas.

Em torno da personalidade do Imam Hussein, ele escreveu: "Minha interpretação de Hussein é a mesma frase curta que escrevi no livro. Descrevi o Imam como uma joia eterna das religiões... em que no princípio, se dedicou a conversar com Moawia e Yazid, os dois califas injustos e cruéis, mas o método de diálogo não funcionou para endireitar e orientar os inimigos. Embora soubesse que iria morrer, ele se arriscou sua vida pelo caminho de sua crença, e partiu para a cidade de Kufa com um pequeno exército de 70 homens enfrentando o exército de 70 mil soldados ate as dentes armados, de Ubaidullah ibn Ziad para estabelecer um movimento no seio da antão sociedade dispersada.” explicou.

"A epopeia de Imam Hussein não é exclusivo dos muçulmanos sunitas ou xiitas, mas pertence a qualquer homem de livre pensamento que acredite no caminho de Hussein, portanto, o mundo e os estudiosos se apaixonam pelo Hussein quando o encontram e conheceram melhor", acrescentou autor.

Sobre a ascensão gloriosa do Imam Hussein, Antoine Bara acredita que: "Hussein rejeitou todas as propostas tentadoras de seu tempo, durante o governo de Yazid, ele podia chegar muito facilmente a posição e ao dinheiro, como Yazid havia proposto e escapar de tudo que aconteceu com ele".

De acordo com Bara, "O Imam Hussein decidiu se levantar contra o Yazid, porque todas as fontes históricas apresentaram Yazid como um homem ignorante e desviante da religião... Hussein levantou-se contra Yazid, e o seu movimento, como um vulcão, provocou um grande tremor em toda a comunidade islâmica. Com este movimento, o Imam Hussein queria despertar consciências submersas no pecado e tirá-las do abismo de pecado".

A reivindicação da verdade e a rejeição da crueldade estão entre as mensagens importantes da revolta do Imam Hussein que são revividas a cada ano no período do mês de Muharram.

 Karbala é o centro de todas as coisas belas e há grandes lições neste triste incidente. Sacrifício, perdão, paciência, piedade, fé, perseverança até o fim da vida, bem como suportar os mais severos sofrimentos e dores, cada um desses traços preciosos e valiosos, é um exemplo e um modelo de bondade para todas as pessoas em busca da verdade em todo o mundo. Os ensinamentos que o Imam Hussein ofereceu à geração humana em Karbala podem servir como guia para todas as nações em todos os momentos.

Naquele dia, o Imam Hussein, com poucos companheiros, mas com grande fé e honra, enfrentou o cruel exército de Yazid e transformou Karbala em uma cena sempre viva do amor e da liberdade de Deus.

Embora, o evento de Ashura, tivesse acontecido em um dia, sua influência se estendeu para sempre e eternamente e se tornou um símbolo da vitória do sangue sobre a espada. Este enorme evento influenciou tanto as profundezas da consciência e os corações que, a primeira década do mês de Muharram de todos os anos, e especialmente o dia da Ashura se torna o pico de amor e sinceridade em relação ao símbolo do sacrifício e o martírio, que é o neto do profeta, o Imam Hussein.

Neste dia, até mesmo os não-muçulmanos comemoram e honram o Imam Hussein. Chegou o momento de Muharram para nos dar a lição de entusiasmo, resistência, perante todas as formas de injustiça, opressão e arrogância.

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