O Crescente Vermelho palestino afirmou, nesta segunda-feira (7), que os 15 trabalhadores humanitários mortos em Gaza no fim do mês passado, em ataque israelense, foram baleados “com a intenção de matar”. O incidente, condenado pela comunidade internacional, ocorreu no sul da Faixa de Gaza em 23 de março, dias após a retomada do massacre no território palestino.
“Autópsias foram realizadas nos mártires do Crescente Vermelho e nas equipes de defesa civil. Não podemos revelar tudo o que sabemos, mas direi que todos os mártires foram baleados na parte superior do corpo com a intenção de matar”, disse o presidente da organização, Younis Al Khatib, a repórteres em Ramallah, na Cisjordânia ocupada.
“Pedimos ao mundo que estabeleça uma comissão internacional independente e imparcial para esclarecer as circunstâncias do assassinato deliberado do pessoal de ambulâncias na Faixa de Gaza”, declarou. O Exército israelense disse na quinta-feira (3) que investigava o “incidente”, mas acrescentou que seus soldados atiraram contra “terroristas” e “veículos suspeitos” que avançavam em sua direção com as luzes apagadas.
No entanto, imagens recuperadas do celular de um socorrista morto e divulgadas pelo Crescente Vermelho contradizem a versão israelense. No vídeo de seis minutos e 42 segundos, as ambulâncias são vistas dirigindo com os faróis e as luzes acesos.
Segundo o Crescente Vermelho palestino, “este vídeo refuta categoricamente as alegações do ocupante de que […] certos veículos se aproximaram de maneira suspeita, sem luzes ou sinais de identificação”. Entre os mortos estão oito funcionários do Crescente Vermelho palestino e um funcionário da ONU.
Os corpos foram enterrados perto do local do ataque, na região de Tal al-Sultan, na cidade de Rafah, no que o Escritório das Nações Unidas para Assuntos Humanitários (Ocha) descreveu como uma “vala comum”. “Por que eles esconderam os corpos?”, questionou Khatib.
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