A decisão foi tomada após uma cúpula entre a liderança dos quatro países, lembrando que a Venezuela foi suspensa do bloco. Com a decisão, o Brasil ficará no comando pelos próximos seis meses.
Durante a cúpula, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro criticou a gestão argentina e prometeu pressionar pela modernização do bloco.
Em entrevista à Sputnik Brasil, a professora de Relações Internacionais da UNIFESP e coordenadora do Observatório do Regionalismo, Regiane Nitsch Bressan, falou sobre o que pode acontecer com o bloco durante a presidência temporária do Brasil.
Temas da agenda da presidência do Brasil no Mercosul
Falando sobre os principais temas da agenda da presidência do Brasil, Regiane afirmou que a política externa brasileira para o Mercosul já há alguns anos vem pressionando para que o bloco faça um retrocesso em relação a suas etapas econômicas.
"Eu entendo que a presidência do Brasil, neste momento, vá pautar por esta temática, sobretudo com a declaração do Uruguai na última semana. A declaração do Uruguai foi uma grande surpresa, porque o Uruguai nestes 30 anos do Mercosul sempre pressionou pela maior institucionalização e, sobretudo, criação de instâncias supernacionais no bloco, ou seja, que o bloco tivesse poder acima dos Estados, que os Estados de alguma forma pudessem ceder soberania para a integração regional", comenta a Regiane.
De acordo com a professora, com a mudança de governo no Uruguai nos últimos anos, tivemos uma alteração bastante substantiva em relação à política uruguaia para o bloco. Com isso, acaba dando apoio para o Brasil levar adiante sua proposta de retrocesso a uma área de livre comércio.
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