O presidente iraniano, Masud Pezeshkian, afirmou nesta quinta-feira que o Irã nunca se curvará diante de ameaças ou pressões, em resposta às declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, que acusou Teerã de ser uma força desestabilizadora na região.
Durante uma reunião com atores econômicos e investidores na província ocidental de Kermanshah, nesta quinta-feira, Pezeshkian criticou os Estados Unidos por aplicarem políticas de dois pesos e duas medidas em relação ao Irã.
"Trump acha que pode nos sancionar, nos ameaçar e depois sentar para falar sobre direitos humanos... Todos os crimes na região são consequência dessas políticas e de quem as impulsiona", afirmou o presidente iraniano.
"Nós buscamos a paz, não a guerra. Sempre procuramos viver em paz e com respeito mútuo, tanto em assuntos internos quanto em nossas relações com os países vizinhos", acrescentou.
Na última terça-feira, durante sua visita à Arábia Saudita, Trump qualificou o Irã como a "força mais destrutiva" na região do Oriente Médio. Acusou Teerã de fomentar a instabilidade regional e afirmou que os Estados Unidos não permitiriam que o país desenvolvesse uma "arma nuclear", desconsiderando a rejeição total do Irã a tais armas não convencionais.
Além disso, Trump ameaçou aplicar uma política de "pressão máxima" contra a República Islâmica.
Em alusão aos crimes do regime israelense na Faixa de Gaza, o presidente iraniano destacou que aqueles que massacraram 60 mil pessoas, as sepultaram sob escombros e privaram os indefesos de água, remédios e alimentos, hoje se atrevem a se proclamar defensores dos direitos humanos.
Pezeshkian denunciou que as potências mundiais fomentam as guerras ao vender armas e mísseis para a região. "Se não há guerra, não há mercado para elas. Precisam criar tensão para poder comercializar seu equipamento militar", acrescentou.
Além disso, destacou as boas relações do Irã com os países de seu entorno regional e afirmou que não há razão alguma para se envolver em conflitos que apenas beneficiam interesses externos.
O presidente iraniano ressaltou que o fortalecimento do comércio entre países muçulmanos poderia dar origem a um vasto mercado comum.
"Também podemos gerar segurança e paz nesta região. Esta região nos pertence, não a outros", destacou.
Além disso, alertou sobre os complôs dos inimigos para semear a discórdia entre os países da região, acrescentando que o Irã busca aumentar a cooperação e a convivência pacífica com eles.
"O estabelecimento da paz na região é o objetivo da República Islâmica, e embora alguns insistam em semear a instabilidade, nós escolhemos um caminho diferente", sublinhou Pezeshkian.
Em um comunicado emitido na quarta-feira, o Ministério das Relações Exteriores do Irã também rejeitou veementemente as declarações desrespeitosas do presidente dos Estados Unidos, chamando-as de "falsas, divisivas e enganosas".
O Ministério das Relações Exteriores do Irã condenou as acusações de Trump como uma tentativa de distorcer as realidades da região e desviar a responsabilidade para Teerã.
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