As famílias dos israelenses retidos em Gaza denunciaram nesta terça-feira o uso de retóricas e falsas promessas por parte do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que apenas causam desgaste e não resultaram no retorno de seus entes queridos.
“O que Netanyahu está fazendo aqui é terrorismo psicológico contra as famílias (...) Netanyahu nos maltrata dia e noite, enquanto o meu Matan está sozinho no túnel”, denunciou nesta terça-feira Einav, mãe de Matan Zangauker, retido na Faixa de Gaza.
Por sua vez, Eli Albag, pai do retido Liri Albag, acusou o primeiro-ministro sionista de deixar os familiares em um “estado de exaustão emocional extrema”.
“Cada uma dessas palavras mata. As famílias já não têm mais forças. Seiscentos dias afastados é demais”, alertou.
Essas novas críticas ocorreram depois que, na véspera, Netanyahu enfureceu as famílias dos cativos ao declarar que esperava fazer um anúncio sobre os reféns “hoje ou amanhã”, para depois afirmar que não falava literalmente.
“Espero sinceramente que possamos anunciar algo em relação aos reféns, se não hoje, então amanhã”, disse Netanyahu ao final de uma declaração em vídeo.
De fato, nas últimas semanas, o primeiro-ministro israelense tem divulgado vídeos quase todos os dias para informar o público sobre seus esforços como chefe de governo, enquanto responde a diversas acusações contra ele, especialmente aquelas que apontam para sua condução da guerra em Gaza.
As declarações dele provocaram uma avalanche de críticas por parte das famílias dos retidos.
“Quando o primeiro-ministro fala sobre isso, entendemos que pode haver algo real por trás e acabamos criando ilusões. Isso está devastando as famílias”, afirmou Herut Nimrodi, mãe do retido Tamir Nimrodi, em declarações à emissora Army Radio.
Os familiares dos retidos pedem o fim da ofensiva em Gaza e a realização, o quanto antes, de um acordo com o movimento palestino Hamas para garantir o retorno de seus entes queridos, alertando sobre as graves consequências de ampliar as agressões na região, diante de negociações que permanecem estagnadas.
Acusam Netanyahu de não priorizar a libertação dos israelenses em Gaza, pois, apesar do sofrimento contínuo das famílias, suas ações e declarações têm demonstrado uma falta de urgência real em avançar nas negociações com o Hamas.
Muitos consideram que sua postura está mais centrada na própria sobrevivência política, na permanência no poder e em desviar a atenção das críticas à sua condução da guerra.
..................
308
Your Comment