Em um discurso proferido no domingo durante o funeral dos líderes do
Hezbollah, o Sheikh Naím Qasem enfatizou que "aqueles que perdem a vida
pelo caminho de Deus nunca estão mortos". Ele destacou que Nasrallah foi
um líder histórico, excepcional, nacional, árabe e islâmico,
tornando-se um farol para os livres do mundo. "Ele era o líder das
mentes e dos corações, e sua bússola sempre esteve voltada para a
Palestina e Al-Quds", acrescentou.
Qasem descreveu Nasrallah como uma personalidade simples, humilde, sábia
e estratégica. "Ele era o querido da Resistência. Amava o povo e o povo
também o amava. O líder da Resistência tinha seu olhar voltado para a
Palestina e Al-Quds e participou ativamente da revitalização da causa
palestina", afirmou. Ele também mencionou que Nasrallah costumava estar
presente na sala de operações da Resistência para supervisionar o
progresso das lutas, e finalmente caiu como mártir nesse caminho.
O líder do Hezbollah ecoou as declarações do Líder da Revolução Islâmica
do Irã, o aiatolá Seyed Ali Khamenei, que afirmou que "o Hezbollah
perdeu um líder incomparável, mas suas bênçãos e conquistas nunca
diminuirão". Qasem fez um pacto simbólico com Nasrallah, dizendo: "Eu
quero fazer um pacto contigo neste caminho, e o povo do Líbano também
faz um pacto contigo para permanecer neste caminho. Continuaremos este
caminho até alcançar nosso objetivo."
Além disso, Qasem fez referência à guerra com Israel, afirmando que o
Hezbollah aceitou o cessar-fogo a pedido do inimigo, mas a partir de uma
posição de força. "A continuidade do conflito sem um horizonte político
e de campo não nos beneficiava. Nossa força reside no fato de termos
tomado essa decisão com base em nosso próprio interesse. O Hezbollah
demonstrou uma resistência e perseverança sem precedentes, e conseguimos
nos reorganizar", disse.
Ele também afirmou que Israel não cumpriu o acordo de cessar-fogo e, após o prazo expirar, o Líbano enfrentou uma nova ocupação e agressão. No entanto, Qasem destacou que Israel não é capaz de continuar com a ocupação, pois a Resistência permanece poderosa em termos de forças e equipamentos. "A vitória final é definitiva", acrescentou.
Qasem alertou: "Não interpretem nossa paciência e sabedoria como
fraqueza. O caminho é longo, e nunca aceitaremos a ocupação. Israel não
conseguirá, por meio da política, o que não conseguiu com a guerra." Ele
lembrou que 75 mil soldados israelenses não conseguiram avançar diante
da Resistência e afirmou que o Hezbollah continuará lutando de acordo
com suas próprias escolhas, sem permitir que os Estados Unidos dominem o
Líbano.
Por fim, Qasem dirigiu-se às autoridades americanas, dizendo: "Saibam
que, se pretendem exercer pressão sobre o Líbano, não terão sucesso. Eu
aconselho que abandonem essas conspirações."
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