2 setembro 2025 - 21:13
Polícia israelense reprime manifestação autorizada contra a guerra em Gaza

A polícia israelense reprimiu uma manifestação multitudinária em Tel Aviv que pedia o fim da guerra em Gaza, apesar de contar com permissões oficiais.

O jornal israelense Haaretz informou nesta segunda-feira que a manifestação, organizada pelo partido de esquerda Frente de Hadash —sigla em hebraico para Frente Democrática pela Paz e Igualdade—, tinha como objetivo exigir o fim da guerra em Gaza e um acordo para a libertação dos reféns sob custódia do HAMAS.

No entanto, minutos após o início do protesto no centro de Tel Aviv, pelo menos trinta ativistas de extrema-direita chegaram ao local e, posteriormente, a polícia dispersou os manifestantes com o uso de força excessiva. Segundo os organizadores, os ativistas de direita chegaram até a agredir os manifestantes após a dispersão policial.

Segundo os organizadores da marcha, a polícia interveio apesar de os manifestantes contarem com a permissão necessária, que incluía a autorização para portar bandeiras palestinas.

A Frente de Hadash condenou a atuação da polícia, criticando que, “em vez de proteger a liberdade de expressão, dissolveu o protesto pela força, sem qualquer justificativa ou base legal”.

Também denunciou que, após a dissolução do protesto, “agitadores de extrema-direita continuaram atacando os ativistas nas ruas próximas e até os perseguiram até suas residências, sem que a polícia israelense interviesse em nenhum momento”.

No domingo, milhares de pessoas se manifestaram na praça Habima, em Tel Aviv, para exigir o fim da guerra e evitar uma fome na Faixa de Gaza.

Segundo os organizadores, ao final do ato estava prevista uma marcha pelas ruas de Tel Aviv sob o lema “chega de guerra, chega de fome”, como fechamento simbólico do protesto.

No entanto, um dia antes, o comandante da polícia de Tel Aviv, Haim Sargrof, negou a permissão, alegando a simultaneidade de outros eventos que exigem segurança policial, como os protestos semanais na praça Hatofim e em frente ao portão Begin do Ministério da Guerra.

Com a guerra entrando em seu 23º mês, o primeiro-ministro do regime israelense, Benjamin Netanyahu, enfrenta forte pressão interna e internacional, que exige a libertação dos detidos israelenses e o cessar-fogo em Gaza, devastada e mergulhada em uma catástrofe humanitária.

A ofensiva israelense em Gaza causou a morte de cerca de 63.557 palestinos desde 7 de outubro de 2023, segundo o último balanço divulgado nesta segunda-feira pelo Ministério da Saúde do enclave.

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