De acordo com a Agência Internacional de Notícias AhlulBayt (ABNA), a sabedoria 15 do Nahj al-Balagha é um ditado do Comandante dos Fiéis (Imam Ali, A.S.) que foi narrado por ele em várias fontes, tanto antes quanto depois da compilação deste livro por Sayyid Radhi. Embora existam diferenças na formulação deste hadith em várias fontes, por exemplo, Abi Makhnaf em seu livro "Al-Jamal" e também Sheikh Mufid em "Al-Jamal wa al-Nusrah" narraram esta tradição. Entre as fontes posteriores à compilação do Nahj al-Balagha, podemos mencionar "Ghurar al-Hikam wa Durar al-Kalim" do falecido Amidi e o livro "Bihar al-Anwar" do Allamah Majlisi.
A frase narrada do Comandante dos Fiéis (A.S.) nesta sabedoria é: «مَا کُلُّ مَفْتُونٍ یُعَاتَبُ»; "Nem todo seduzido (ou testado) merece condenação."
A palavra "Maftun" (مفتون) significa tanto aquele que caiu em "Fitna" (فتنه) — ou seja, foi influenciado por outros e tem dificuldade em distinguir a verdade do erro — quanto aquele que, intencionalmente ou não, enfrentou uma provação ou dificuldade e não tem condições de apoiar a verdade.
Contexto Moderno e Implicações da Sabedoria
Se quisermos discutir esta sabedoria do Imam Ali (A.S.) numa linguagem contemporânea, sem considerar os eventos históricos e sem mencionar os destinatários destas palavras na época em que foram proferidas, podemos dizer que:
Por vezes, o ser humano, por razões como a pobreza financeira, a pobreza intelectual e a pobreza na piedade, perde a "capacidade de discernir a verdade" e não consegue obedecer ao Imam da comunidade. Essa pessoa, sem ter agido contra a segurança do país ou tomado uma decisão para confrontar o governo islâmico, também não tem a possibilidade de apoiá-lo e, durante as provações divinas, sofre de uma espécie de estagnação prática no apoio aos jihadistas islâmicos.
Além disso, considerando o significado da palavra "Fitna" (فتنه), que às vezes também significa "teste" ou "provação", como Deus diz no versículo 28 da abençoada Surah Al-Anfal: ﴿وَاعْلَمُوا أَنَّمَا أَمْوَالُکُمْ وَأَوْلَادُکُمْ فِتْنَةٌ وَأَنَّ اللَّهَ عِنْدَهُ أَجْرٌ عَظِیمٌ﴾ ("E sabei que vossas riquezas e vossos filhos são apenas uma prova para vós, e que junto a Deus há uma grande recompensa"), pode haver uma pessoa que, mesmo discernindo a verdade, não tenha a capacidade de apoiá-la, pois está preocupada com seus bens e família. Nesse caso, essa pessoa, embora não possua as capacidades necessárias para apoiar o "governo islâmico", mas também não tenha tomado nenhuma medida para confrontá-lo, deve ser considerada sob o alcance desta declaração do Imam Ali (A.S.).
Considerações Importantes
Em todo caso, dois pontos devem ser enfatizados:
Primeiro, embora essas pessoas não mereçam censura, deve-se, na medida do possível e de acordo com suas capacidades e potencial, ter um diálogo amigável com elas para que o caminho lhes seja esclarecido. Além disso, a condição para não censurar esses dois grupos é a ausência de ações contra os muçulmanos e os combatentes.
No entanto, se essas pessoas tiverem agido contra o sistema islâmico, especialmente se essa ação tiver causado algum dano à segurança do sistema islâmico ou colocado em risco a vida de uma ou mais pessoas, é natural que a pessoa deva pagar pelas consequências desse erro, e não há motivo para negligência nesse assunto. Da mesma forma, a conduta dos Imames Infalíveis (A.S.) ao lidar com traidores tem sido assim, e inúmeros exemplos disso podem ser encontrados durante a vida do Mensageiro de Deus (S.A.W.) e do Imam Ali (A.S.).
Referências:
- Livro: Payam-e Imam, Sharh Nahj al-Balagha (Mensagem do Imam, Comentário sobre o Nahj al-Balagha) por Ayatollah al-Uzma Makarem Shirazi.
- Livro: Ruwah wa Muhaddithīn Nahj al-Balagha (Narradores e Transmissores do Nahj al-Balagha) pelo falecido Mohammad Dashti.
- Livro: Jalve Tarikh dar Sharh Nahj al-Balagha Ibn Abi al-Hadid (A Manifestação da História no Comentário do Nahj al-Balagha de Ibn Abi al-Hadid), tradução de Mahdavi Damghani.
- Livro: Ghurar wa Durr Amidi, autoria de Amidi.
- Livro: Farhang Loghat Nahj al-Balagha (Dicionário de Termos do Nahj al-Balagha), autoria do Professor Rahiminya.
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