Segundo a Agência Internacional de Notícias Ahlul Bayt (a.s) - Abna, o Samiri era um dos líderes dos filhos de Israel, pertencente a uma tribo chamada Samaria, que se opôs a Deus e adotou o caminho da hipocrisia. Sua profissão era a de ourives e seu nome era Mika.
O bezerro de ouro, também conhecido como o bezerro de Arão, era uma estátua de ouro que o Samiri, conforme narrado no Alcorão, fez quando Moisés (a.s) se afastou para o Monte “Tur” e convidou os filhos de Israel a adorá-lo. O pedido dos filhos de Israel a Moisés (a.s) por um livro e uma lei fez com que ele se retirasse ao monte por trinta dias para adorar.
Moisés (a.s) deixou seu irmão Arão entre o povo como seu sucessor, para que vivessem sob suas ordens, e subiu ao Monte Sinai. Por ordem de Deus, o prazo de trinta dias se estendeu para quarenta dias. Nesse momento, o Samiri reuniu os filhos de Israel e disse: “Moisés saiu com setenta de vocês e todos pereceram. Agora quero mostrar a vocês o Deus de Moisés.”
Com a demora no retorno de Moisés (a.s), circulou entre os filhos de Israel o boato de que ele havia morrido. O Samiri, aproveitando-se dessa oportunidade e utilizando as joias do povo, fez um bezerro e, junto com seus seguidores, convidou o povo a adorá-lo.
Vamos ler a história a partir do “Alcorão Sagrado”. Deus Todo-Poderoso, no “Sura Taha”, versículos 85 a 99, detalha as ações do Samiri. Deus disse a Moisés (a.s): “Nós testamos seu povo [após sua chegada] e o Samiri os desviou.”
Havia predisposições para o retorno em alguns indivíduos dos filhos de Israel, e o que havia mantido esse desejo oculto eram os eventos que ocorreram desde a saída do Egito até essa posição, que se sucediam de forma contínua. Assim, apenas uma provação e um teste específicos poderiam revelar o que havia dentro deles. O fato da viagem de Moisés (a.s) ao Monte Tur preparou o terreno para o grande teste. O Samiri agiu e, conforme o Alcorão diz: “Então ele trouxe para eles um bezerro, uma forma sem vida que tinha som de bezerro.” (O Samiri e seus seguidores) disseram: “Este é o seu deus e o deus de Moisés, que [o] esqueceu.”
Repreensão do Samiri por Moisés (a.s)
O Samiri, em resposta a Moisés (a.s) que perguntou por que ele fez isso, disse: “Eu vi algo que eles não viram. Peguei uma parte do que o Mensageiro trouxe e a joguei.” Muitos intérpretes acreditam que o “Mensageiro” mencionado neste versículo refere-se ao Gabriel, que, no momento da abertura do mar para os filhos de Israel, o Samiri pegou a terra sob os pés do animal em que Gabriel estava montado.
Por outro lado, alguns acreditam que o que o Samiri queria dizer era a crença em Moisés (a.s), na qual depois ele começou a duvidar.
Punição dos adoradores do bezerro
A adoração ao bezerro pelos filhos de Israel, após testemunharem muitos milagres e sinais, foi considerada uma grande questão. De acordo com os versículos do Alcorão, aqueles que adoraram o bezerro enfrentaram a ira e a cólera de Deus e a humilhação na vida.
Além disso, no Sura Al-Baqarah, é mencionada a punição específica para essas pessoas: “Arrependam-se diante de seu Criador e matem uns aos outros.”
Com base nos versículos do Alcorão, o bezerro do Samiri foi queimado por Moisés (a.s) e seus seguidores, e suas cinzas foram lançadas no mar. Nesse castigo, as pessoas começaram a se matar umas às outras, e essa matança incluía parentes, famílias e todos os filhos de Israel. No entanto, alguns acreditam que aqueles que não adoraram o bezerro mataram os adoradores do bezerro.
O Ayatollah Makarem Shirazi acredita que essa punição não tem paralelo na história dos profetas. Os intérpretes acreditam que essa punição severa foi para que os filhos de Israel não voltassem à adoração de ídolos.
O Sayyid Murtaza, um dos estudiosos xiitas, acredita que o significado deste versículo não é a morte, mas sim que, no caminho do arrependimento e da remorso, eles deveriam se submeter a tal severidade que parecesse que queriam se exterminar. Ele acredita que isso é uma expressão comum na literatura árabe e uma metáfora de exagero extremo.
O Sayyid Muhammad Taqi al-Modarresi, em sua interpretação, considera que a adoração ao bezerro pelo povo de Moisés (a.s) foi causada pelo fato de que, embora tivessem seguido Moisés na luta contra o Faraó, essa luta e as transformações políticas não tiveram impacto na sua cultura, e eles mantiveram suas características idolátricas.
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Notas e Fontes:
- Bihar al-Anwar, vol. 13, p. 244
- Enciclopédia da Pesquisa Corânica, Khorramshahi, vol. 2, p. 1181
- Tafsir al-Mizan, vol. 16, p. 211
- Sura Taha, versículo 96
- Mafatih al-Ghaib, vol. 22, p. 95
- Tafsir al-Namuneh, vol. 13, pp. 285-286
- Tafsir al-Namuneh, vol. 1, p. 255
- Sura Al-Baqarah, versículo 54
- Tasnim, Jawadi Amoli, vol. 4, p. 455
- Tafsir al-Safi, Faiz Kashani, vol. 1, p. 132
- Tafsir al-Namuneh, vol. 1, p. 255
- Tafsir al-Namuneh, vol. 1, p. 256
- Amali, vol. 2, p. 372
- Modarresi, Man Hadi al-Quran, vol. 3, p. 450
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