Agência Internacional de Notícias AhlulBayt (A.S.) - ABNA: Embora as ferramentas técnicas e cibernéticas desempenhem um papel importante nas guerras de informação, o elemento humano, ou seja, o espião em território inimigo, ainda desempenha o papel mais central na cadeia de inteligência. De acordo com alguns relatórios, o Mossad está tentando obter informações como a localização de sistemas de defesa, bases de mísseis e outras infraestruturas militares sensíveis iranianas, subornando indivíduos enganados dentro do país.
A questão é: por que algumas pessoas cometem tais traições e quais são as consequências dessa ação do ponto de vista mundano e escatológico?
Espionagem na Jurisprudência Islâmica e no Direito Internacional
A espionagem na jurisprudência islâmica tem um conceito dual: se for em benefício dos muçulmanos e contra os inimigos, não é apenas permitida, mas às vezes considerada obrigatória, e os agentes podem ter direito a uma parte dos despojos de guerra. No entanto, a espionagem contra um Estado islâmico é passível de punição discricionária (ta'zir).
No direito internacional, a espionagem significa a obtenção ilegal de informações sensíveis de países, muitas vezes com motivações financeiras, ideológicas ou de pressão. Nesse contexto, a espionagem não é meramente a transferência de informações, mas sim a cumplicidade com um inimigo que declarou abertamente a destruição da República Islâmica como seu objetivo estratégico. Portanto, o indivíduo espião, na prática, serve a um projeto que é contrário à segurança, dignidade e independência do país.
Espionagem na Perspectiva do Alcorão
Embora a palavra "espião" não apareça explicitamente no Alcorão, os conceitos relacionados a ela são severamente condenados sob os termos de traição, aliança com o inimigo, divulgação de segredos e espionagem ilícita. O ambiente social do início do Islã e sua estrutura tribal fizeram com que conceitos como a adesão aos pactos e a lealdade à comunidade dos crentes se tornassem de vital importância. O Islã também colocou esse mecanismo a serviço dos objetivos monoteístas e classificou qualquer convergência com os inimigos da religião como uma forma de traição.
Em At-Tawbah, versículo 13, Deus proíbe os crentes de fazer amizade com um povo que está sob Sua ira. Segundo Ibn Abbas, o famoso companheiro e exegeta, alguns muçulmanos pobres, em troca de uma quantidade de produtos agrícolas, transferiam informações sobre os muçulmanos para os judeus de Medina. Esse tipo de espionagem era considerado resultado de necessidades financeiras e da falta de fé estável.
No episódio da Batalha de Tabuk, um grupo de hipócritas permaneceu fora do jihad alegando incapacidade de participar. Deus afirma na Surah At-Tawbah (versículo 47) que se essas pessoas tivessem acompanhado o exército, não teriam causado nada além de sedição e corrupção, e com a infiltração de espiões (samma'un) entre os muçulmanos, eles pretendiam enfraquecer a frente do Islã.
Hoje, uma das principais táticas do Mossad e de outros serviços de inteligência inimigos é a utilização de indivíduos com motivações financeiras ou complexos políticos e psicológicos. Pessoas ingênuas que pensam que suas informações detalhadas não terão muito impacto ou imaginam que, ao cooperar, terão uma vida confortável no exterior. No entanto, a experiência mostrou que esses indivíduos, após o uso de suas informações, são geralmente rapidamente descartados ou até mesmo sacrificados.
Consequências Mundanas e Escatológicas da Traição de Informações
Em relação à punição terrena pela espionagem em favor do inimigo, há divergência entre os juristas. Enquanto algumas narrativas enfatizam a execução do espião, outro grupo, com base na conduta do Mensageiro de Deus, considera o governante islâmico livre para perdoar ou aplicar punições discricionárias.
Essa visão jurídica também se reflete nas leis iranianas. A pena para espionagem geralmente varia de um a cinco anos de prisão, mas se essa ação atingir o nível de "colaboração com um governo hostil", pode ser considerada "moharebeh" (guerra contra Deus) e resultar em penas muito mais severas.
Mas em um nível mais profundo, essa traição também acarreta um pesado fardo escatológico do ponto de vista islâmico. Deus adverte os crentes: "Ó vós que credes! Não traiais a Deus e ao Mensageiro, nem traiais vossas confianças, enquanto sabeis." (Al-Anfal, versículo 27)
A traição a Deus, ao Profeta e às confianças (incluindo segredos militares, econômicos ou sociais da comunidade islâmica) é considerada um dos grandes pecados e cometida conscientemente; ou seja, o indivíduo traidor comete tal ato conscientemente.
Em outra perspectiva, o versículo 51 da Surah At-Tawbah chama aqueles que estabelecem relações ocultas com os inimigos do Islã de verdadeiros opressores, e no versículo 1 da Surah Al-Mumtahanah, aqueles que transferem os segredos dos muçulmanos com afeto aos inimigos são apresentados como desviados do caminho reto.
Os Efeitos Escatológicos deste Grande Pecado Podem Ser Analisados em Três Níveis:
- Ser classificado entre os traidores e opressores: A traição é uma manifestação clara da opressão, e os opressores são constantemente considerados distantes da misericórdia divina no Alcorão.
- Desviar-se do caminho de Deus: O indivíduo espião, conscientemente, sai do caminho da orientação e gradualmente se envolverá em uma espécie de desvio permanente.
- Desgraça neste mundo e no Além: O espião não só será desonrado neste mundo, mas também será responsabilizado e desamparado no Além.
Recomendações para a Consciência Pública em Condições de Guerra Híbrida
Hoje, quando nosso Irã está diante da agressão flagrante e brutal do regime sionista maligno e o inimigo busca a infiltração de informações através de elementos enganados, a consciência e vigilância pública são consideradas a primeira linha de defesa. O povo, especialmente os jovens, ativistas da mídia, funcionários de instituições sensíveis e até mesmo usuários de redes sociais, devem prestar atenção aos seguintes pontos:
- Cuidado ao conversar com pessoas desconhecidas ou suspeitas – especialmente aquelas que fazem perguntas sobre questões técnicas, geográficas ou de segurança.
- Não divulgar informações baseadas em localização – o envio de fotos ou localizações de locais militares, governamentais e sensíveis, mesmo que de forma privada em aplicativos de mensagens, pode ser mal utilizado pelo inimigo.
- Relatar indivíduos suspeitos às autoridades competentes – se alguém, disfarçado de jornalista, turista, pesquisador ou ativista estrangeiro, estiver buscando informações incomuns, deve ser denunciado sem hesitação.
- Manter a confidencialidade familiar e profissional – mesmo em reuniões de amigos e familiares, evite mencionar detalhes relacionados a empregos sensíveis ou contatos militares.
- Vigilância contra o suborno online ou presencial – ofertas de colaboração profissional, bolsas de estudo suspeitas ou pedidos de conversas confidenciais de indivíduos desconhecidos no espaço virtual são um dos métodos mais comuns de recrutamento de pessoas para espionagem.
Fonte:
Alcorão Sagrado
Site Tebyian
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