21 novembro 2025 - 00:43
Crise no Exército Israelense: 600 oficiais pedem aposentadoria

Centenas de oficiais de carreira israelenses solicitaram aposentadoria antecipada, agravando uma grave crise de pessoal. O exército enfrenta 17 mil evasores do serviço militar, protestos contra as isenções concedidas aos haredim e pressão financeira — apesar do apoio dos Estados Unidos.

Agência de Notícias AhlulBayt (ABNA): Uma grave crise de pessoal está se aprofundando dentro das forças armadas israelenses, à medida que centenas de soldados de carreira — incluindo oficiais de alta patente — apresentaram pedidos formais de aposentadoria antecipada.

A mídia israelense informou nesta quarta-feira que a onda de renúncias ocorre em meio ao aumento da evasão ao serviço militar, à instabilidade política e à permanência prolongada do regime em Gaza, fatores que têm sobrecarregado a capacidade operacional do exército.

Segundo o jornal Yedioth Ahronoth, autoridades da Administração de Pessoal das Forças Armadas informaram à comissão correspondente do Knesset que cerca de 600 militares de carreira e oficiais apresentaram pedidos de demissão antecipada.

Muitos dos que solicitaram aposentadoria ocupam “funções críticas”, que as Forças Armadas têm enfrentado dificuldades para preencher desde outubro de 2023, quando o regime israelense iniciou sua guerra genocida contra Gaza.

“Houve casos em que adiamos aposentadorias durante a guerra simplesmente porque não havia substitutos disponíveis”, disse um oficial militar aos parlamentares, destacando a gravidade da escassez de efetivos.

Aproximadamente 85% dos militares de carreira se aposentam no posto de tenente-coronel ou abaixo dele, o que analistas alertam representar uma perda significativa de comando operacional de nível intermediário.

Bar Kalifa, um alto oficial de pessoal, relacionou o agravamento da crise a uma decisão da Suprema Corte de Israel que anulou os suplementos de pensão para oficiais de carreira, descrevendo a medida como um golpe significativo no moral das tropas.

A decisão coincidiu com o pesado custo financeiro da guerra — que já consumiu bilhões de shekels — apesar do apoio militar sem precedentes dos Estados Unidos, responsável por fornecer quase dois terços do equipamento do exército.

Relatos também surgiram em meio a protestos ruidosos de colonos, que acusam Tel Aviv de negligenciar os interesses do exército enquanto conduz uma guerra de genocídio às custas deles.

Kalifa revelou ainda que o exército necessita de mais 12 mil efetivos para atender às demandas operacionais, mesmo enquanto milhares continuam a driblar o serviço militar.

“Atualmente temos mais de 17 mil evasores do serviço militar”, afirmou. “A evasão tornou-se a norma”, acrescentou, observando que “um exército de advogados” está garantindo isenções fraudulentas.

A crise é agravada pela antiga isenção concedida aos homens ultraortodoxos (haredim), cujos líderes continuam mobilizando oposição ao alistamento militar.

Rabinos haredim têm instado seus seguidores a rejeitar completamente as ordens de alistamento, alimentando protestos que têm sobrecarregado tanto o Exército quanto a polícia.

Membros da oposição no Knesset acusam o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de avançar com uma legislação destinada a conceder isenção permanente aos haredim, em troca da lealdade política dos partidos ultraortodoxos.

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