Agência de Notícias AhlulBayt (ABNA) – Os chefes da diplomacia do Irã, Seyed Abbas Araqchi, e da Venezuela, Yván Eduardo Gil Pinto, aproveitaram nesta quarta-feira uma reunião realizada à margem da 19ª Cúpula Intermediária de Ministros das Relações Exteriores dos Países Não Alinhados (MNOAL), na capital de Uganda, para condenar o ataque dos Estados Unidos, em junho, contra instalações nucleares iranianas, bem como as ameaças e ações militares de Washington contra a Venezuela.
As partes alertaram para as graves consequências das violações do direito internacional por parte de Washington para a paz e a segurança mundial, e reafirmaram o direito das nações de se defenderem contra a intimidação e as pressões ilegais.
Além disso, instaram ao fortalecimento da cooperação e das alianças entre os países em desenvolvimento, a fim de combater de maneira eficaz as violações do direito internacional em nível global.
Nesta linha, o chanceler venezuelano destacou o compromisso comum com o MNOAL, que qualificou como “um verdadeiro baluarte da multilateralidade, que defende as causas do Sul Global e rejeita toda forma de colonialismo e imperialismo”.
Gil lembrou que o bloco —composto por 120 países da África, Ásia, América Latina, Caribe e Europa— mantém plena vigência sob a proteção dos Princípios de Bandung, baseados na igualdade, no respeito à soberania e na não intervenção.
Os dois chanceleres também discutiram as relações entre Teerã e Caracas, incluindo formas de fortalecer a cooperação bilateral em diversas áreas, como a econômica, comercial, científica, educacional e cultural.
Tanto o Irã quanto a Venezuela, dois Estados-membros independentes das Nações Unidas, denunciam uma guerra combinada e “multiforme” imposta pelos EUA contra ambos. No caso do país persa, Washington recorreu à desgastada e falsa acusação sobre o programa nuclear pacífico iraniano para bombardear, em junho, as instalações nucleares do país.
Já na Venezuela, os Estados Unidos utilizaram a falsa narrativa que vincula o governo do presidente Nicolás Maduro ao “narcotráfico” para realizar ações militares contra os interesses do país sul-americano, em clara violação à Carta das Nações Unidas.
As tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela aumentaram após o envio de mais de 4.500 fuzileiros navais ao sul do Caribe, próximo às costas venezuelanas, sob o pretexto de combater os cartéis de drogas — embora se saiba que 90% dessas drogas chegam aos EUA pelo Oceano Pacífico.
Caracas denunciou que o deslocamento militar norte-americano constitui uma nova provocação, com o objetivo de “promover uma mudança de regime e desestabilizar a nação venezuelana”.
Teerã e Caracas têm se apoiado mutuamente diante das ameaças dos EUA. Ambos advertiram que não tolerarão qualquer agressão a seus territórios e garantiram que darão uma resposta contundente a qualquer aventura militar do inimigo.
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