Certa vez, Khadijah (s.a.) viu repentinamente quatro mulheres de tez clara e estatura elevada, semelhantes às mulheres de Bani Hashim, entrarem no recinto. Khadijah (s.a.) ficou assustada ao vê-las. Então, uma delas disse:
“Ó Khadijah! Não te entristeças. Viemos a ti da parte de Deus. Somos tuas irmãs: eu sou Sarah, esposa de Ibrahim al-Khalil (a.s.); esta é Ásia, filha de Muzahim, tua companheira no Paraíso; aquela é Maryam, filha de ‘Imran; e a outra é Kulthum, irmã de Musa (a.s.). Deus nos enviou para te auxiliar no momento do parto.”
Sheikh Al-Saduq, no livro Al-Amali, transmite com sua cadeia de narradores que al-Mufaddal ibn ‘Umar relatou:
Perguntei ao Imam al-Sadiq (a.s.): “Como ocorreu o nascimento de Fatimah (a.s.)?” Ele respondeu:
Quando Khadijah (s.a.) se casou com o Mensageiro de Deus (s.a.w.), as mulheres de Meca, por hostilidade ao Islã, passaram a evitá-la. Não a visitavam, não lhe ofereciam saudações e não permitiam que nenhuma mulher se aproximasse dela.
Assim, o medo e a angústia tomaram conta de Khadijah (s.a.), e ela temia que pudessem causar algum dano ao Mensageiro de Deus (s.a.w.).
Quando Khadijah (s.a.) engravidou de Fatimah (a.s.), esta falava com sua mãe no ventre, consolando-a. Khadijah (s.a.) escondia esse fato do Profeta (s.a.w.).
Um dia, quando o Mensageiro de Deus (s.a.w.) entrou em casa, ouviu Khadijah (s.a.) conversando. Perguntou:
“Com quem estás falando?”
Ela respondeu:
“Com a criança que carrego no ventre. Ela fala comigo e me faz companhia.”
O Profeta (s.a.w.) então disse:
“É Jibril quem me informa que esta criança é uma menina. Ela é pura e abençoada; dela surgirá a minha descendência. Após o término da revelação, Deus fará dela a fonte dos Imames (a.s.), que serão meus sucessores e califas na Terra.”
Khadijah (s.a.) viveu a gravidez desta forma até que chegou o momento do parto. Ela enviou mensageiras às mulheres de Quraysh e de Bani Hashim, pedindo auxílio, como é costume entre mulheres nessas horas.
Mas elas responderam:
“Tu não deste ouvidos a nós. Recusaste o que te aconselhamos e te casaste com Muhammad (s.a.w.), o órfão de Abu Talib, pobre. Portanto, não iremos até ti nem te ajudaremos.”
(Opressão dolorosa! Quão solitário era o Profeta (s.a.w.) no início da missão, e quão isolado era o Islã, a ponto de abandonarem até sua esposa no momento do parto!)
Khadijah (s.a.) entristeceu-se com tal resposta. Mas Deus não a deixou só.
De repente, ela viu quatro mulheres radiantes, semelhantes às mulheres de Bani Hashim, entrarem. Uma delas disse:
“Ó Khadijah! Não te aflijas; viemos da parte de Deus…”
Sara, Ásia, Maryam e Kulthum tomaram seus lugares: uma à direita, outra à esquerda, a terceira à frente e a quarta atrás.
Nesse momento, Fatimah (a.s.) nasceu pura e luminosa. Quando tocou o chão, uma luz intensa emanou dela, iluminando todas as casas de Meca.
Logo em seguida, dez huris do Paraíso entraram, cada uma trazendo uma bacia celeste e um jarro com água do Kawthar. A mulher sentada à frente de Khadijah (s.a.) tomou o recém-nascido, lavou-a com a água do Paraíso e retirou dois tecidos branquíssimos, mais alvos que o leite e mais perfumados que almíscar e âmbar. Cobriu o corpo de Fatimah (a.s.) com um deles e fez do outro seu véu.
Depois, chamou Fatimah (a.s.) ao discurso.
A recém-nascida abriu a boca e disse:
“Ash-hadu an lā ilāha illa-llāh.
Testemunho que não há divindade senão Deus.
E que meu pai é o Mensageiro de Deus, senhor dos profetas.
Meu esposo é o senhor dos sucessores.
E meus filhos são os senhores dos asbāt.”
Em seguida, saudou cada uma das quatro mulheres pelo nome, e elas sorriram para ela com alegria.
As huris e os habitantes dos céus anunciaram uns aos outros o nascimento de Fatimah al-Zahra (a.s.), e surgiu no firmamento uma luz nunca antes vista pelos anjos.
As quatro mulheres disseram a Khadijah (s.a.):
“Recebe tua filha pura, abençoada, portadora de uma descendência vasta e honrada.”
Khadijah (s.a.), tomada de alegria, pegou Fatimah (a.s.) nos braços e a amamentou; o leite fluiu com abundância.
E assim foi: Fatimah (a.s.) crescia em cada dia o equivalente ao crescimento de um mês, e em cada mês o equivalente ao crescimento de um ano das demais crianças.
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Fonte:
Páginas eletrônicas dedicadas a Senhora Khadijah (s.a.)
Notas:
- Hadrat Khadijah, o Ícone de Sacrifício e Perseverança, pp. 230–232;
Bihār al-Anwār, vol. 16, pp. 80–81; vol. 6, p. 247; vol. 43, p. 2.
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