Agência de Notícias AhlulBayt (ABNA) – Os patriarcas e líderes das Igrejas de Jerusalém ergueram suas vozes, clamando não apenas aos fiéis, mas a toda a humanidade: para que as crianças de Gaza que sofrem de leucemia recebam tratamento médico urgente em um hospital na Cidade Santa. Esta não é uma posição política, mas um apelo profundamente humano, ético e espiritual. Em palavras claras e diretas, eles relembraram uma verdade fundamental: a rapidez do atendimento médico é essencial para um resultado positivo. Em outras palavras, o tempo perdido hoje pode ser a vida perdida amanhã.
Gaza vive sob um cerco que não faz distinção entre combatentes e civis, entre adultos e crianças, entre culpados e inocentes. Nesse cerco desumano, crianças com doenças graves como a leucemia são duplamente condenadas: pela própria doença e pela negação deliberada de acesso a tratamentos especializados que simplesmente não existem na Faixa de Gaza. Impedir a transferência dessas crianças para tratamento médico não é uma medida de segurança; é uma forma de punição coletiva que viola todos os princípios do direito internacional humanitário.
O fato de serem as Igrejas da Terra Santa — guardiãs seculares de uma fé que prega a vida, a compaixão e a dignidade humana — a fazer este apelo revela o quanto o inaceitável se tornou normalizado. Jerusalém, cidade sagrada para as três religiões monoteístas, não pode se tornar um símbolo de exclusão e morte. Negar tratamento médico a crianças doentes em nome do controle político é uma profanação moral dessa cidade e de tudo o que ela representa.
Este apelo também expõe o silêncio cúmplice de grande parte da comunidade internacional. Governos que se proclamam defensores dos direitos humanos fecham os olhos enquanto o direito fundamental à saúde das crianças palestinas é bloqueado. Não há desculpa possível, nenhuma justificativa legal ou ética para tamanha crueldade.
A União Palestina da América Latina (UPAL) declara claramente: permitir que essas crianças recebam tratamento médico não é uma concessão, é uma obrigação. É um mínimo humanitário que não admite negociação nem atraso. Cada criança que morre por falta de cuidados médicos é uma acusação direta contra aqueles que, tendo o poder de impedir, escolheram não fazê-lo.
Hoje, as Igrejas se manifestaram corajosamente. Cabe agora aos Estados, às organizações internacionais e à sociedade civil ouvir e agir. Porque a história julga severamente não apenas aqueles que cometem injustiças, mas também aqueles que permanecem em silêncio diante delas. E porque nenhum muro, nenhum bloqueio e nenhum regime de ocupação pode justificar a morte evitável de uma criança.
União Palestina da América Latina - UPAL
20 de dezembro de 2025
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