O grupo, Council on American-Islamic Relations (CAIR), divulgou um relatório na segunda-feira intitulado "Vinte Anos Demais, Uma Chamada para Parar a Lista Secreta do FBI", que revela o uso do FBI do Banco de Dados de Triagem de Terrorismo para discriminar os muçulmanos. O relatório é baseado em uma análise abrangente de mais de 1,5 milhão de entradas de uma versão de 2019 da lista do FBI, obtida por um hacker suíço que a encontrou online depois que uma transportadora aérea regional a publicou acidentalmente. "Só mais de 350.000 entradas incluem alguma transliteração de Mohamed, Ali ou Mahmoud e os 50 nomes mais frequentes são todos nomes muçulmanos", disse o relatório. "Das entradas da lista de observação que analisamos, estimamos que mais de 1,47 milhão dessas entradas dizem respeito a muçulmanos - mais de 98% do total", acrescentou. O relatório observou que a lista secreta do FBI causou dificuldades e medo à comunidade muçulmana por 20 anos e alertou que também poderia ser usada contra outros americanos no futuro. "Com o levantamento da névoa da Guerra ao Terror, a lista secreta do FBI um dia encontrará um novo alvo. Os próximos alvos serão nossos compatriotas americanos, e este relatório pretende ser um aviso para eles", disse o relatório. O grupo muçulmano também instou o presidente dos EUA, Joe Biden, a tomar medidas para acabar com a lista de observação. A lista de observação afeta os indivíduos de várias maneiras, como restrições de viagem, problemas de imigração, confrontos com o FBI, violência policial, dificuldades para obter autorizações e licenças, consequências profissionais e acesso limitado a prédios do governo. Um exemplo recente de tal impacto foi quando o prefeito Mohamed Khairullah, de Prospect Park, Nova Jersey, foi inesperadamente convidado pelo Serviço Secreto para a celebração do Eid al-Fitr na Casa Branca. Seu status de lista de observação no FBI foi citado como o motivo de sua exclusão. O preconceito contra muçulmanos no FBI reflete uma tendência mais ampla de islamofobia nos Estados Unidos, especialmente após o 11 de setembro, quando os crimes de ódio contra muçulmanos aumentaram 1.617% de 2000 a 2001.
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