16 novembro 2025 - 01:02
Resíduos tóxicos: a nova arma de Israel contra o povo palestino

As organizações e instituições israelenses, por meio da aplicação sistemática de leis de duplo padrão, transformaram a Cisjordânia no principal destino de seus resíduos industriais e tóxicos.

O jornal Al-Araby Al-Jadeed informou neste sábado que, na mais recente expressão das dimensões ambientais do projeto colonial israelense, as autoridades do regime planejam construir uma gigantesca usina de incineração de resíduos em Qalandiya, ao norte de Al-Quds ocupada — um projeto que vai muito além de uma simples instalação de gestão de lixo e que está se transformando em mais uma ferramenta dentro do conjunto de políticas cujo objetivo final é apertar ainda mais o cerco contra os palestinos.

O lixo: uma ferramenta a serviço do colonialismo

Segundo o relatório mencionado, existem cerca de 70 aterros irregulares espalhados por diferentes áreas da Cisjordânia, onde dezenas de caminhões despejam seus resíduos diariamente.

As estatísticas mostram que 90% do lixo que chega a esses locais vem das áreas habitadas por israelenses, enquanto os resíduos palestinos representam apenas cerca de 10%. Grande parte dos dejetos provenientes dos assentamentos — seja por vias oficiais ou não oficiais — acaba sendo descartada em terras palestinas, sem qualquer respeito às normas ambientais ou ao direito à saúde e à vida dos moradores locais.

Até a própria “administração civil” do regime sionista admite a dimensão da crise. Esse órgão declarou que o número de caminhões que transportam resíduos industriais israelenses para a Cisjordânia aumentou cerca de 200% entre 2016 e 2020 — uma admissão parcial que revela apenas a ponta do iceberg.

Os resíduos enviados à Cisjordânia incluem uma ampla variedade de materiais perigosos: desde lodos de esgoto, lixo eletrônico e substâncias químicas que exigem tratamento especializado, até descarte totalmente irregular, como resíduos hospitalares, entulho de construção, lixo doméstico e até produtos químicos de origem desconhecida.

Redes organizadas para destruir o meio ambiente palestino

Em outra parte do relatório, destaca-se que os proprietários de fábricas israelenses contratam diretamente motoristas para descarregar o lixo durante a noite, de forma dispersa, em áreas abertas dentro da Cisjordânia — uma prática que geralmente ocorre sem o conhecimento — e sem a capacidade de reação — dos moradores locais.

As fábricas e os centros de processamento de resíduos israelenses que operam na Cisjordânia atuam em um completo vazio de supervisão e regulamentação — um vazio que não é acidental nem temporário, mas deliberadamente criado para permitir que indústrias poluentes transfiram suas operações perigosas dos territórios ocupados para as áreas habitadas por palestinos, sem custos, sem restrições e sem qualquer obrigação de cumprir normas padrão de reciclagem.

.....................

308

Your Comment

You are replying to: .
captcha