ABNA Brasil: No calendário global, o Dia da Criança é um símbolo de esperança, inocência e um futuro brilhante. Mas para milhares de crianças em territórios ocupados e áreas inseguras, este dia é um lembrete de sangue, escombros e desamparo.
Nos últimos anos, especialmente na Faixa de Gaza, o regime Sionista tem visado crianças diretamente em seus ataques com extrema crueldade. De acordo com relatórios internacionais, durante a operação "Inundação de Al-Aqsa", uma criança perdia a vida a cada 10 minutos. O Secretário-Geral das Nações Unidas chamou Gaza de "cemitério de crianças".
- Mais de 15.517 crianças palestinas foram mortas (dado atualizado).
- Centenas de escolas e hospitais foram bombardeados.
- Mais de 700.000 crianças foram deslocadas e ficaram sem abrigo.
Estes crimes não são apenas uma flagrante violação dos direitos humanos, mas uma mancha vergonhosa na consciência global. Crianças que deveriam estar em salas de aula foram enterradas em valas comuns. No entanto, o assassinato de crianças não ocorreu apenas em Gaza.
Em 3 de janeiro de 2024 (13 de Dey de 1402), coincidindo com o aniversário do martírio do General Qāsim Sulaymānī, ocorreram dois ataques terroristas no caminho para o Cemitério dos Mártires de Kerman. Este ataque, cuja responsabilidade foi reivindicada pelo ISIS, foi um dos mais mortais na história do terrorismo no Irã.
- Mais de 90 mártires, incluindo um número significativo de crianças (28 feridos eram crianças, e crianças morreram, como Nāzanīn Āchak Zehī, de 12 anos, e Ṭāhā Shād Kām, de 8 anos).
- Relatos de crianças feridas, como Muhammad Ṣādiq, de 8 anos, fazem estremecer o coração de qualquer ser humano.
Estas crianças não estavam no campo de batalha, mas sim em uma cerimónia familiar e religiosa. O terrorismo cego, impiedoso e indiscriminado ceifou suas vidas. Alguns analistas acreditam que este ataque foi uma extensão dos projetos de desestabilização da região por correntes ligadas ao Sionismo.
No Dia Mundial da Criança, não devemos apenas celebrar, mas gritar: As crianças têm o direito de viver, brincar, rir. Não sob escombros, não no medo, não à sombra de bombas e explosões.
O Mundo Diante do Espelho da Consciência; Perguntas que Exigem Respostas
Estas duas tragédias em duas geografias diferentes, mas com uma dor comum, colocam um espelho diante da consciência global. O silêncio das instituições internacionais perante o massacre sistemático de crianças em Gaza, e as condenações fracas e tardias dos ataques terroristas em Kerman, destacam a questão fundamental: A vida das crianças do Terceiro Mundo é mais barata? Os direitos humanos são seletivos e duplamente padronizados? Quando o massacre de crianças palestinas é justificado como "direito à autodefesa" e as vítimas de Kerman se perdem na algazarra dos meios de comunicação ocidentais, a resposta a estas perguntas é amarga e clara.
Uma Ligação Sinistra: Um Padrão para a Desestabilização da Vida Quotidiana
O ataque a Gaza e a explosão em Kerman compartilham um ponto chave: a destruição da segurança humana fundamental. Em Gaza, as crianças são massacradas nos lugares "mais seguros"—casas, escolas e hospitais. Em Kerman, as crianças são sacrificadas nos espaços "mais puros"—uma cerimónia religiosa e nacional. Este padrão demonstra que o objetivo não é apenas matar indivíduos, mas sim matar a esperança, destruir o conceito de refúgio e eliminar qualquer ilha de segurança na vida quotidiana. Esta estratégia é uma ferramenta para quebrar o espírito das nações e forçá-las à rendição.
Nossa Responsabilidade Moral: Da Empatia à Ação
Nestas circunstâncias, os slogans e as mensagens de simpatia, embora necessários, não são de forma alguma suficientes. A responsabilidade moral da comunidade global e das elites vai além disso.
- Responsabilidade da Mídia: Abster-se do silêncio e da dupla moral na cobertura de notícias. O nome e o rosto de cada criança vítima devem ser transformados em um símbolo global contra a injustiça.
- Responsabilidade das Instituições Internacionais: Ir além da fase de "expressar profunda preocupação" e adotar medidas decisivas e práticas contra os violadores dos direitos das crianças, desde sanções até o julgamento em tribunais internacionais.
- Responsabilidade de Cada Um de Nós: Conscientização, denúncia e pressão sobre governos e instituições para que prestem contas. Devemos ser a voz alta das crianças silenciadas.
Dia da Criança: Dia do Pacto por um Futuro Mais Humano
Portanto, neste Dia Mundial da Criança, não nos limitemos apenas a Gaza e Kerman. Olhemos para o Iémen, para a Síria, para o Afeganistão e para todos os lugares do mundo onde uma criança foi vítima da ganância e da violência dos adultos. Este dia deve tornar-se um "Dia do Pacto Global" para a defesa da inocência. Um pacto no qual insistimos neste princípio inegociável: Nenhuma causa, nenhuma ideologia e nenhuma guerra é tão sagrada que possa justificar o assassinato de uma criança.
Nossos filhos herdarão esta terra. Deixaremos a eles um legado de cinzas, sangue e a memória de bombas? Nossa resposta a esta pergunta reside em nossa ação e em nosso grito de hoje. Um grito que deve despertar o mundo: É o suficiente! Tenham misericórdia de nossas crianças.
"Este Dia Mundial da Criança é diferente. Este dia é o Dia do Grito. O grito das crianças de Gaza que foram enterradas sob os escombros. O grito das crianças de Kerman que foram sacrificadas pelo terrorismo em uma cerimónia religiosa. Estas duas tragédias, apesar das geografias diferentes, têm uma dor comum: a destruição intencional da inocência. Quando o mundo se cala, é nosso dever ser a voz alta destas crianças silenciadas."
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