Agência de Notícias AhlulBayt (ABNA): Sindicatos e organizações de imprensa na Itália pediram ao governo italiano e à União Europeia que pressionem o regime de Tel Aviv a permitir o acesso irrestrito e imediato de jornalistas estrangeiros à Faixa de Gaza.
Representantes da Federação Nacional da Imprensa Italiana (FNSI), do Conselho Nacional da Ordem dos Jornalistas (ODG) e do grupo Justiça e Paz no Oriente Médio realizaram uma coletiva de imprensa conjunta na Associação da Imprensa Estrangeira em Roma, nesta quarta-feira, pedindo ações urgentes para pressionar o regime israelense.
Eles apelaram ao governo italiano e à Comissão Europeia para que atuem na remoção do bloqueio que impede jornalistas internacionais de acessar Gaza e ponham fim às restrições impostas à imprensa na Cisjordânia ocupada e em Al-Quds Oriental.
Gianni Giovannetti, representante do grupo Justiça e Paz no Oriente Médio, afirmou que quase 300 jornalistas perderam a vida em Gaza desde o início da campanha genocida israelense em 7 de outubro de 2023.
“Acreditamos que matar jornalistas significa matar a verdade”, destacou ele.
Giovannetti enfatizou que a demanda dos jornalistas por acesso a Gaza está fundamentalmente ligada à necessidade de garantir o direito à informação.
A secretária-geral da FNSI, Alessandra Costante, por sua vez, ressaltou a necessidade de uma perspectiva imparcial para validar os relatos fornecidos por seus colegas que perderam a vida em Gaza.
Em uma mensagem em vídeo, o jornalista palestino Al-Hassan Selmi, falando a partir de Gaza, afirmou que, desde o início do cessar-fogo em 10 de outubro, houve um aumento perceptível na política israelense de mirar jornalistas que cobrem os acontecimentos na Faixa de Gaza.
“A estratégia mudou com o cessar-fogo. Agora, eles miram jornalistas reunidos em um único local. Desde o início do cessar-fogo, mais jornalistas foram mortos”, afirmou.
No início desta semana, uma organização palestina de defesa dos direitos de jornalistas informou que o exército israelense matou 44 jornalistas palestinos em tendas de deslocados na Faixa de Gaza. Esse número faz parte de um balanço mais amplo: mais de 270 profissionais da mídia perderam a vida desde o início da campanha sangrenta de Israel contra o território sitiado, em outubro de 2023.
Um relatório divulgado pelo Comitê de Liberdades do Sindicato dos Jornalistas Palestinos revela que as tendas de jornalistas próximas a hospitais e aos abrigos administrados pela ONU foram alvo de bombardeios, enquanto ataques de atiradores de elite atingiram diretamente as zonas de deslocamento.
O relatório destacou os ataques direcionados contra o setor de mídia palestino, focando especialmente em sua infraestrutura.
Os ataques incluem a destruição de escritórios e veículos de imprensa, além do direcionamento deliberado contra jornalistas em suas próprias casas.
Além disso, jornalistas perderam a vida dentro de abrigos temporários que foram obrigados a utilizar após serem violentamente deslocados.
O relatório enfatizou que atacar jornalistas civis constitui crime de guerra, conforme o Artigo 79 do Primeiro Protocolo Adicional às Convenções de Genebra.
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