16 agosto 2025 - 10:29
Como o Profeta do Islã (S.A.A.S.) Lidou com a Guerra Psicológica

O Profeta do Islã (S.A.A.S.) ensinou que a guerra psicológica não pode ser superada simplesmente lutando contra ela, mas sim reforçando a autoconfiança e a fé na nação. Isso se baseia em princípios do Alcorão e nas narrações da família do Profeta (AhlulBayt), que fornecem a base para combater a arrogância.

Agência Internacional de Notícias AhlulBayt (Abna): Como o Profeta (S.A.A.S.) Lidava com a Guerra Psicológica de seus Inimigos?

A guerra psicológica, como ferramenta para "mudar atitudes, enfraquecer o moral e criar divisão" (1) entre o público, tem sido usada por potências e movimentos de oposição desde tempos antigos. No início do Islã, os inimigos da missão profética faziam uso intenso dessa ferramenta contra o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) e seus seguidores.

No início do Islã, os inimigos tentavam confrontar a mensagem profética e enfraquecer o moral dos muçulmanos com várias táticas de guerra psicológica, como difamação (acusando o Profeta de ser um louco e um poeta) (2), disseminando boatos falsos contra ele e os muçulmanos (como a alegação de que o Profeta havia sido morto na Batalha de Uhud) (3), e outras. Em resposta, o Profeta (S.A.A.S.) empregou diversas medidas e métodos para um confronto sério com a guerra psicológica de seus inimigos.

1. Aumentar a Percepção e Esclarecer os Fatos: Transparência Contra a Ambiguidade

A arma mais fundamental e eficaz do Profeta (S.A.A.S.) contra a guerra psicológica do inimigo era a explicação transparente da realidade. Com o uso de versos do Alcorão e de suas próprias declarações, ele esclarecia as mentes das pessoas e revelava os objetivos nefastos do inimigo. Por exemplo, em resposta às acusações injustas (de loucura, poesia, feitiçaria) que os politeístas de Meca usavam para desacreditar o Profeta (S.A.A.S.), o Alcorão em múltiplos versos rejeita essas acusações (4), e o próprio Profeta demonstrava sua racionalidade e sabedoria por meio de suas ações e palavras. Na Sura Al-Qalam, versículo 2, Deus diz: "Tu, por graça de teu Senhor, não és um louco." Esses versos respondiam diretamente às acusações e informavam o povo sobre a verdade.

Da mesma forma, em resposta ao rumor de sua morte na Batalha de Uhud e à guerra psicológica que o inimigo lançou por meio dela, que causou grande instabilidade no moral de alguns muçulmanos (5), o Profeta (S.A.A.S.) neutralizou o rumor ao se apresentar pessoalmente no campo de batalha e por meio de esclarecimentos feitos por alguns de seus companheiros. Além disso, a revelação da Sura Al-Imran, versículo 144, alertou os muçulmanos, explicando que notícias perturbadoras, como a morte do Profeta, não seriam uma desculpa para apostasia e para se render à guerra psicológica do inimigo (6).

2. Fortalecer a Fé e a Vontade dos Muçulmanos: Fundamentos Internos para a Resistência

O Profeta (S.A.A.S.) tornou os muçulmanos resilientes contra os ataques psicológicos do inimigo fortalecendo seus fundamentos de fé e crença. A fé firme era uma barreira sólida contra os ataques psicológicos. A menção das promessas divinas e das boas novas (7), a explicação do status da paciência, da perseverança e da recompensa divina, e seus efeitos (8) foram exemplos de ações do Profeta (S.A.A.S.) que fortaleceram a fé e a vontade dos muçulmanos, tornando-os imunes à guerra psicológica dos inimigos.

3. Indiferença Inteligente: Ignorar Provocações Sem Fundamento

Em alguns casos, a melhor resposta às provocações do inimigo era a indiferença e a negação. Essa tática impedia que os rumores fossem exagerados e que se propagassem, e demonstrava a firmeza e a confiança do Profeta (S.A.A.S.) em seu caminho.

Um exemplo notável é o incidente da Calúnia (9), no qual os hipócritas e inimigos do Profeta tentaram, por meio de uma guerra psicológica baseada em uma acusação falsa contra sua esposa, criar discórdia e desconfiança na sociedade. Contudo, o Profeta (S.A.A.S.), com paciência e autocontrole, esperou a revelação divina sem uma reação precipitada. Essa indiferença inteligente não permitiu que os caluniadores alcançassem seus objetivos, até que os versículos 11 a 26 da Sura An-Nur foram revelados, expondo a falsidade da acusação e a vergonha dos caluniadores. Com a medida apropriada, a falsidade do boato foi provada à sociedade (10).

4. Organização e Coesão da Sociedade Islâmica: Uma Barreira Contra a Divisão

Como o objetivo de muitas guerras psicológicas é criar divisão e hipocrisia nas fileiras dos muçulmanos, o Profeta (S.A.A.S.) neutralizava essa conspiração, enfatizando a unidade e a solidariedade. Por exemplo, o Pacto de Fraternidade (Mua'khat) entre os Emigrantes e os Apoiadores em Medina fortaleceu os alicerces da sociedade e a coesão entre eles, eliminando os preconceitos tribais, que eram uma das formas de o inimigo criar guerra psicológica na sociedade.

5. Uso de Coragem e Firmeza: Reação Apropriada no Momento Certo

Além de sua percepção e paciência, o Profeta (S.A.A.S.) também usava a coragem e a firmeza quando necessário. Essa determinação enviava uma mensagem poderosa ao inimigo e servia para prevenir e combater sua guerra psicológica. Por exemplo, quando o inimigo tentou usar seu poder e número nas Batalhas de Badr, Uhud e Khaybar para criar uma guerra psicológica e enfraquecer o moral dos muçulmanos, ele agiu com a coragem necessária no momento certo, neutralizando completamente a guerra psicológica do inimigo. Ou quando os judeus de Banu Qurayza, ao quebrarem seu pacto e traírem o Islã e os muçulmanos, criaram uma intensa guerra psicológica contra a comunidade muçulmana, o Profeta (S.A.A.S.) os confrontou imediatamente (11).

Conclusão:

Na sua luta contra a guerra psicológica do inimigo, o Profeta (S.A.A.S.) apresentou um modelo inigualável de liderança sábia, profunda percepção e determinação na defesa da verdade. Ao combinar a explicação dos fatos, o fortalecimento da fé, a indiferença inteligente, a organização da sociedade e a coragem prática, ele conseguiu neutralizar as conspirações dos inimigos e abrir o caminho para a disseminação do Islã. Esse método de confronto, ao longo da história do Islã e até mesmo na era contemporânea, pode ser uma fonte de inspiração e guia.

Notas de Rodapé: Essas notas de rodapé foram traduzidas diretamente do texto original, mantendo as referências.

  1. Motafaker, Hossein; Guerra Psicológica, Qom, Centro de Pesquisa Islâmica de Inteligência do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica, 1386, p. 18.
  2. "E eles diziam: 'Deixaremos nossos deuses por causa de um poeta louco?'" (Alcorão, Sura As-Saffat, versículo 8).
  3. Ibn Athir, Al-Kamil, tradução de Abul-Qasim Halat e Abbas Khalili, Mo'assese-ye Matbu'ati Elmi, Teerã, 1371, vol. 7, p. 157.
  4. Para mais informações, consulte "Defesa do Alcorão pelo Alcorão" em WikiFiqh.
  5. Zuhri, Muhammad, Al-Maghazi an-Nabawiyah, editado por Suhayl Zakkar, Damasco, 1401 A.H./1981 C.E., p. 77; Ibn Ishaq, Muhammad, As-Sirah wa al-Maghazi, editado por Suhayl Zakkar, Damasco, 1398 A.H./1978 C.E., p. 27.
  6. "Muhammad não é senão um Mensageiro; e já se foram antes dele outros Mensageiros. Então, se ele morrer ou for morto, voltareis sobre vossos calcanhares?" (Alcorão, Sura Al-Imran, versículo 144).
  7. O Profeta (S.A.A.S.), confiando nos versículos do Alcorão, recordava aos muçulmanos as promessas divinas de vitória da verdade sobre a falsidade e a recompensa na Outra Vida. Essas boas novas mantinham a esperança viva em seus corações e fortaleciam o espírito de resistência. Por exemplo, a promessa da conquista de Meca e da vitória do Islã foi reiteradamente enfatizada no Alcorão e, por fim, se concretizou.
  8. Como exemplos dos efeitos da paciência, baseados nos versículos do Alcorão, pode-se citar a ajuda divina invisível (Al-An'am, v. 34; An-Nahl, v. 127 e 128; Ar-Rum, v. 60; Ghafir, v. 55), o ganho de afeto e a eliminação da inimizade (Fussilat, v. 34 e 35), a conquista da satisfação (Taha, v. 130), a inclusão entre os benfeitores (Hud, v. 115), um bom fim (Hud, v. 49; Taha, v. 132), e a capacidade de praticar a bondade em resposta ao mal dos outros, alcançando a posição de altruísmo e honra (Fussilat, v. 34 e 35).
  9. Para mais informações sobre o incidente da Calúnia, consulte o artigo correspondente em WikiShia.
  10. Qomi, Ali ibn Ibrahim, Tafsir al-Qomi, Qom, Dar al-Kitab, 1363, vol. 2, p. 99.
  11. Para mais informações, consulte o artigo Banu Qurayza em WikiShia.

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