A Agência Internacional de Notícias AhlulBayt (ABNA) relata: O perdão pelas faltas alheias é um princípio fundamental em todas as religiões. No Islã, Deus diz no Alcorão Sagrado que, se buscamos o perdão para nossos próprios pecados, devemos perdoar as transgressões dos outros. Isso não é apenas um mandamento moral, mas também um caminho para alcançar a tranquilidade da alma e a elevação espiritual.
O Alcorão declara: "E a retribuição por uma má ação é uma má ação semelhante; mas quem perdoa e se reconcilia, sua recompensa está com Deus. Certamente, Ele não ama os injustos." (Ash-Shura, 40). Segundo a lei terrena, quem viola o direito de outro deve pagar pelas suas ações: ser preso, retaliado, ou compensar para que a injustiça seja reparada e o detentor do direito satisfeito.
A Recompensa do Perdão com Deus
Deus, no versículo 40 de Ash-Shura, afirma: "وَجَزَاءُ سَیئَةٍ سَیئَةٌ مِثْلُهَا" (E a recompensa de uma má ação é uma má ação semelhante). Esta parte do versículo refere-se à execução da justiça. No entanto, na continuação do versículo, há uma passagem que não se encontra na lei e é um sinal de benevolência e bondade:
"فَمَنْ عَفَا وَ أَصْلَحَ فَأَجْرُهُ عَلَی اللَّهِ..." (Mas quem perdoa e se reconcilia, sua recompensa está com Deus...).
O conceito do versículo é que, embora Deus tenha permitido que você retalie o mal que lhe foi feito, se alguém agir com bondade e renunciar à vingança, a recompensa e o mérito dessa bondade estarão com Deus.
Este versículo revela a vontade divina que deseja um vínculo harmonioso entre indivíduos, amigos e famílias, onde o perdão e a clemência preencham o lugar da inimizade e da retaliação. Deus diz: "فَأَجْرُهُ عَلَی اللَّهِ" (sua recompensa está com Ele). Esta boa nova impele os corações ao perdão, uma promessa divina inquebrável.
Contudo, ao final do versículo, Deus também adverte o opressor de que, devido à injustiça cometida, ele não é alvo da misericórdia e do amor divinos. Isso garante que o opressor e o transgressor não abusem do perdão da vítima. Ele diz: "إِنَّهُ لَایحِبُّ الظَّالِمِینَ" (Certamente, Ele não ama os injustos).
Neste versículo, Deus pede à vítima que perdoe seus parentes e amigos para que a afeição e a união prevaleçam entre eles, e, por outro lado, adverte o opressor para que esteja atento, para que não cause dor e ressentimento nos corações de seus entes queridos ao praticar injustiça.
O Perdão entre Cônjuges
O perdão desempenha um papel vital no vínculo matrimonial. Às vezes, marido e mulher guardam rancor por erros cometidos um pelo outro e buscam vingança e inimizade. Deus, no versículo 14 da Surah At-Taghabun, adverte que tais comportamentos levam à hostilidade. Embora no passado tenham ocorrido eventos que causaram ressentimento a um dos cônjuges, em nome da santidade do lar e para a manutenção da pureza e da intimidade, é apropriado que perdoem as falhas um do outro.
Um Exemplo de Perdão na Família
Quando os irmãos de José (que a paz esteja com ele) buscaram o perdão de seu pai e irmão, José (que a paz esteja com ele) disse imediatamente: "Hoje mesmo, neste momento, eu vos perdoei." No entanto, Jacó (que a paz esteja com ele), como pai, disse: "قال سَوْفَ أَسْتَغْفِرُ لَکُمْ رَبِّی" (Ele disse: "Em breve pedirei perdão para vocês a meu Senhor") (Yusuf/98). As tradições dizem que ele esperou pela noite de sexta-feira, pois as súplicas nesta noite têm uma aceitação maior junto a Deus.
Portanto, por recomendação de Deus Todo-Poderoso, o melhor caminho em momentos de conflito e dificuldade é o perdão e a indulgência, que, como uma chave eficaz, fortalece a pureza e a intimidade entre amigos e parentes. Esta ação não só aquece os laços emocionais, mas também concede uma profunda paz à alma humana, pois o pensamento de vingança não traz nada além de tensão e inquietação.
Nota de Rodapé: 1- Versículo 40 de Ash-Shura
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