16 julho 2025 - 12:01
Cartas do Nahj al-Balaghah 12: Ética como Prelúdio às Batalhas Ideológicas

A Carta Doze do Nahj al-Balaghah é uma missiva do Imam Ali (A.S.) ao comandante de um exército enviado para a terra de Sham. Nesta carta, ele apresenta a piedade como uma necessidade permanente ao preparar-se para o combate com o inimigo. Essa perspectiva de guerra revela a diferença fundamental entre a vitória na visão islâmica e a superação do inimigo a qualquer custo na visão não religiosa.

De acordo com a Agência Internacional de Notícias AhlulBayt (ABNA), a Carta Doze do Nahj al-Balaghah é mais uma das cartas do Imam Ali (A.S.), escrita para "Ma'qal ibn Qays al-Riyahi". Várias cartas no Nahj al-Balaghah foram endereçadas a Ma'qal, entre as quais a Carta Onze já foi explicada, e as cartas subsequentes serão revisadas gradualmente.

Ma'qal ibn Qays al-Riyahi foi um dos comandantes militares seniores do Imam Ali (A.S.), que esteve ao seu lado em todas as Suas batalhas. Durante o início do governo do Imam Hassan (A.S.), ele também assumiu o comando de uma parte de Suas tropas antes da paz com Muawiya. Em várias narrações do Imam Ali (A.S.) e do Imam Hassan (A.S.), Ma'qal é aprovado, e orações foram narradas de ambos os Imams em favor de Ma'qal, o que indica sua posição especial. Quase todas as fontes históricas enfatizaram sua lealdade e o apresentaram como um dos companheiros leais do Imam Ali (A.S.) e do Imam Hassan (A.S.).

A Carta Doze, com pequenas variações nas frases, é o texto completo da carta do Imam a Ma'qal, que foi citada anos antes da compilação do Nahj al-Balaghah no livro "Waq'at al-Siffin" de Nasr ibn Muzahim. Nesta carta, o Imam, além de aconselhar sobre a piedade divina e a observância dos direitos de Deus (Haqq Allah) com a frase: «اتَّقِ اللَّهَ الَّذِی لَا بُدَّ لَکَ مِنْ لِقَائِهِ وَ لَا مُنْتَهَی لَکَ دُونَهُ؛ Tema a Deus, a Quem você certamente encontrará, e além de Quem não há fim para você,"** Ele declara dez instruções militares antes do início da batalha com o inimigo, para observar os direitos de suas próprias forças e das forças inimigas, bem como os direitos dos animais. A relação entre a piedade e a atenção a esses direitos, mesmo para animais de carga e inimigos que vieram para tirar a vida dos soldados do Islã, é um ponto notável nesta carta.

Nesta carta, o Imam Ali (A.S.), ao determinar o tempo de movimento das forças do exército islâmico ao avançar em direção ao inimigo, diz: «وَ سِرِ الْبَرْدَیْنِ وَ غَوِّرْ بِالنَّاسِ... وَ لَاتَسِرْ أَوَّلَ اللَّیْلِ فَإِنَّ اللَّهَ جَعَلَهُ سَکَناً وَ قَدَّرَهُ مُقَاماً لَا ظَعْناً... فَإِذَا وَقَفْتَ حِینَ یَنْبَطِحُ السَّحَرُ أَوْ حِینَ یَنْفَجِرُ الْفَجْرُ فَسِرْ عَلَی بَرَکَةِ اللَّهِ. E mova seu exército no início ou no final do dia, e descanse durante o calor do meio-dia, e não mova o exército no início da noite, pois Deus a fez para o descanso. E a destinou para a permanência, não para a viagem. E quando você acordar, ou ao amanhecer, ou ao nascer da alvorada - mova-se com a bênção de Deus."**

A ênfase do Imam no sono no início da noite («أَوَّلَ اللَّیْلِ») é um ponto notável nesta frase, pois quase todos os médicos enfatizam grandemente a importância do sono no início da noite, e os efeitos e bênçãos desse sono não são ocultos para pessoas informadas e conscientes. O final da noite também é um momento adequado para a adoração matinal e para fortalecer as forças internas para combater os inimigos.

Além disso, deve-se acrescentar que o Imam, nesta carta, declara instruções sobre o tempo de sono e descanso do exército, "antes de avistar o inimigo", mas na Carta Número 11, o Imam declara instruções sobre o sono, "ao avistar o inimigo", a diferença entre esses dois momentos dispensa qualquer explicação.

Nesta carta, o Imam até declara direitos para os inimigos e enfatiza ao seu comandante do exército para observá-los: «وَ لَا تُقَاتِلَنَّ إِلَّا مَنْ قَاتَلَکَ... وَ لَا یَحْمِلَنَّکُمُ شَنَآنُهُمْ عَلَی قِتَالِهِمْ قَبْلَ دُعَائِهِمْ وَ الْإِعْذَارِ إِلَیْهِم. Não lutes senão contra quem te combate... E que o ódio deles não vos leve a combatê-los antes de convidá-los [ao Islã] e dar-lhes desculpas. [Portanto, antes de iniciar a batalha, clareie a verdade para eles através do diálogo, da paciência e dos esforços culturais e ideológicos, e convide-os à obediência à verdade]."**

Nesta carta, o Imam até enfatiza a observância dos direitos dos animais que transportam suprimentos e equipamentos militares do exército com a frase: «فَأَرِحْ فِیهِ بَدَنَکَ وَ رَوِّحْ ظَهْرَکَ، Dê descanso ao seu corpo e alivie a carga de seus animais,"** o que é outro sinal da importância da ética e da observância dos direitos divinos mesmo em condições de guerra.

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