26 agosto 2025 - 13:45
União Sagrada: Da Biografia do Profeta (S.A.A.S.) à Estratégia da Resistência Hoje

A união sagrada é a chave para a sobrevivência da nação islâmica contra inimigos externos e conflitos internos. O Alcorão e as narrativas do AhlulBayt (a.s.) apresentam a união como um mandamento divino, não como uma opção política temporária. Hoje, em um cenário em que a nação islâmica enfrenta a ameaça de Israel e dos poderes arrogantes, esse princípio é mais importante do que nunca.

De acordo com a Agência Internacional de Notícias AhlulBayt (a.s.) - Abna: Hojjat al-Islam wal Muslimin Mohammad Hossein Amin, escritor e pesquisador religioso, em um artigo exclusivo para a Abna, examinou a razão por trás da "união sagrada" no Islã e, recorrendo ao Alcorão, às narrativas e à história, mostrou que a união não é apenas uma necessidade social, mas um dever religioso e divino; um dever que hoje, diante de Israel e do sistema hegemônico, parece mais necessário do que nunca.

União Sagrada: Da Biografia do Profeta (S.A.A.S.) à Estratégia da Resistência Hoje Por: Mohammad Hossein Amin / Escritor e Pesquisador Religioso

A união no Islã não é apenas um slogan político; ela tem raízes no Alcorão e na Suna. Ao longo da história, a nação islâmica, sempre que esteve unida, conseguiu resistir às grandes potências, e sempre que se dividiu, enfrentou a derrota e a humilhação. Hoje, diante das ameaças do regime sionista contra as nações muçulmanas e das conspirações da arrogância global, a releitura do conceito de "união sagrada" é uma necessidade vital.


A União no Alcorão: Um Mandamento Divino para Hoje

O Sagrado Alcorão considera a união a base da sobrevivência da nação: "E apegai-vos todos juntos ao laço de Deus e não vos separeis" [1]. A recomendação e o comando deste nobre versículo são para que os muçulmanos se agarrem à corda de Deus, que nas narrativas é interpretada como o Alcorão e a liderança (wilayah) do AhlulBayt (a.s.), e evitem a desunião [2].

Hoje, quando os inimigos do Islã, com a ajuda da mídia, das políticas e até de guerras, tentam semear a desunião entre os muçulmanos, este versículo ganha mais sentido do que nunca. A união não é uma escolha política, mas a obediência a um mandamento divino.

O Alcorão também adverte: "E não sejais como aqueles que se dividiram e divergiram, após as evidências lhes terem chegado" [3]. Este aviso divino também mostra que a desunião após a verdade se tornar clara é um sinal de falta de fé e desobediência. Portanto, os muçulmanos de hoje, que veem o inimigo sionista à sua frente, devem saber que as divergências internas são o maior serviço prestado a Israel.


Narrativas do AhlulBayt (a.s.): A União, um Ornamento para os Xiitas

O Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) disse: "A semelhança dos crentes em sua afeição, misericórdia e compaixão mútua é como a de um corpo: se um membro sofre, o corpo inteiro se une a ele na insônia e na febre" [4]. Esta narrativa compara a comunidade de crentes a um corpo, onde se um membro sente dor, os outros membros também são afetados. A razão para esta comparação é que, assim como a sobrevivência do corpo depende da coordenação e saúde de todos os membros, a sobrevivência da nação islâmica depende da união e solidariedade de todas as pessoas e grupos. Nessa visão, a negligência ou fraqueza de qualquer parte leva toda a nação ao sofrimento e à fraqueza.

Por outro lado, o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) disse: "Um crente para outro crente é como uma construção, onde uma parte fortalece a outra" [5]. Esta narrativa compara a união a uma construção sólida, cuja firmeza depende da união de seus tijolos. Se até mesmo uma parte da parede se enfraquecer, toda a construção estará em risco de desabar. Da mesma forma, a nação islâmica é forte e resiliente apenas quando seus componentes — nações, seitas e diferentes correntes — estão juntos, como os tijolos de um edifício. Esta metáfora mostra que a desunião não é uma fraqueza menor, mas uma ameaça de colapso para toda a sociedade islâmica; por outro lado, a união e a solidariedade garantem sua autoridade e sobrevivência.


A Experiência Histórica: De Ashura à Palestina

A história do Islã mostra que a desunião tem sido o maior fator de derrota. Após a morte do Profeta (S.A.A.S.), o abandono da liderança do Comandante dos Crentes Ali (a.s.) causou profundas divergências na nação [6]. Essa divisão enfraqueceu os muçulmanos e fortaleceu os inimigos.

O evento de Karbala também é um exemplo claro. Se o povo de Kufa tivesse permanecido unido em seu pacto com o Imam Hussein (a.s.), a tragédia de Ashura jamais teria ocorrido [7]. A traição e a desunião mudaram o rumo da história.

Hoje, a questão da Palestina e os crimes do regime sionista são a repetição da mesma amarga experiência histórica. Se as nações muçulmanas estivessem unidas, Israel, cuja existência se baseia na discórdia e no apoio hegemônico, não teria chance de sobreviver. A resistência no Líbano e em Gaza é um exemplo concreto do poder da união. De fato, o que manteve os muçulmanos firmes ao longo da história, apesar da escassez de recursos e da pressão dos inimigos, foi esse espírito de solidariedade e de união; uma visão que surgiu dos ensinamentos religiosos e que, em cada período, foi a garantia da sobrevivência da nação islâmica e da continuidade do caminho da verdade.


União Sagrada Contra um Inimigo Comum

O regime sionista e seus apoiadores ocidentais, por anos, têm semeado a discórdia na nação islâmica com a estratégia de "dividir para governar". Eles buscam destruir a união ao alimentar as divergências entre xiitas e sunitas, bem como as diferenças étnicas e religiosas.

Diante dessas políticas, a união sagrada é um dever religioso. O Imam Khomeini (que a paz esteja com ele) enfatizou repetidamente: "Se os muçulmanos estivessem unidos, Israel não teria ousado fazer tais coisas" [8]. O Líder Supremo, Sayyid Ali Khamenei, também declarou várias vezes que "a questão da Palestina é a primeira questão do mundo islâmico" e que ela só pode ser resolvida com a união islâmica [9].

Portanto, a união sagrada não é apenas um valor ideológico, mas uma arma contra o inimigo comum; uma arma que não é menor do que o jihad. Além disso, a união, tanto no nível do povo de um país e entre suas diversas classes e grupos, quanto no nível das nações muçulmanas que compartilham uma mesma religião, age como uma força real e potente. A solidariedade nacional impede a infiltração de inimigos internos e externos, e a solidariedade supranacional cria uma frente abrangente contra o domínio das potências arrogantes. Esses laços, como elos de uma corrente, geram uma força que torna qualquer inimigo impotente.

Conclusão: Por que a União é Sagrada? A união é sagrada porque tem raízes no Alcorão e na Suna, porque garante a sobrevivência da nação, porque o inimigo a teme e porque, sem ela, a dignidade dos muçulmanos se perde. A união não é apenas uma tática; é uma convicção.

Hoje, quando a nação islâmica está diante do regime sionista e da arrogância global, a união sagrada é o escudo que pode garantir o futuro da nação. Qualquer divergência interna é uma traição ao sangue dos mártires e um cenário para a vitória do inimigo.

Notas de Rodapé:

  1. Alcorão Sagrado, Sura Al-Imran, versículo 103.
  2. Tabatabai, Seyyed Mohammad Hossein, Al-Mizan fi Tafsir al-Quran, vol. 4, p. 379.
  3. Alcorão Sagrado, Sura Al-Imran, versículo 105.
  4. Nahj al-Balagha, Sermão 176.
  5. Kulayni, Mohammad ibn Ya'qub, Al-Kafi, vol. 2, p. 77.
  6. Mufid, Sheikh, Al-Jamal, p. 55.
  7. Tabari, Mohammad ibn Jarir, Tarikh al-Umam wal Muluk, vol. 5, p. 402.
  8. Khomeini, Ruhollah, Sahifeh Imam, vol. 15, p. 331.
  9. Khamenei, Sayyid Ali, Discursos na Conferência da Unidade Islâmica, 27/10/2018.

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