15 dezembro 2025 - 10:14
Mulher e cibernética; a engenharia silenciosa da identidade feminina na era da informação

Cibernética significa “controle do comportamento humano por meio da informação”. Não pela força, não pela coerção, não pela lei; mas por mensagens, imagens, algoritmos e dados. A cibernética diz: se eu conseguir coletar dados sobre você e conseguir enviar mensagens a você, posso mudar o seu comportamento.

ABNA Brasil: Nos últimos anos, o debate sobre a “mulher” tem sido levantado mais do que nunca. Porém, a maioria dessas discussões gira em torno de três áreas: sociologia, psicologia e feminismo. Essas três áreas são importantes, mas ignoram uma grande realidade; uma realidade que, se não for vista, tornará incompleta a nossa compreensão da situação das mulheres no mundo atual.

Qual é essa realidade?
Que a mulher, hoje, não é apenas um “tema social”; a mulher entrou no sistema global de controle.

Em termos mais simples:
a mulher, hoje, não decide apenas sobre si mesma; decisões passam a ser construídas sobre ela.

Para compreender essa situação, é necessário conhecer um conceito-chave: cibernética.
Cibernética significa “controle do comportamento humano por meio da informação”.
Não pela força, não pela coerção, não pela lei; mas por mensagens, imagens, algoritmos e dados.
A cibernética afirma: se eu puder coletar dados sobre você e enviar mensagens a você, posso mudar o seu comportamento.

Isso significa que, se eu souber o que te deixa feliz, o que te assusta, o que te atrai, posso te conduzir; sem que você perceba que está sendo conduzida.

Agora imagine esse sistema atuando não sobre uma pessoa, mas sobre milhões de mulheres.
Qual é o resultado?
Uma grande transformação social que ocorre de forma silenciosa, gradual e invisível.

Mas por que a mulher?
Porque a mulher é o ponto de partida de muitos processos sociais.
A mulher é o ponto de partida da educação.
A mulher é o ponto de partida da cultura.
A mulher é o ponto de partida do consumo.
A mulher é o ponto de partida da família.

Se a mulher muda, a família muda; e se a família muda, a sociedade muda.
Por isso, a mulher é um ponto estratégico para o sistema cibernético.

A governança cibernética sobre a mulher ocorre em três camadas.

Primeira camada: controle sobre a própria mulher

Nesta camada, o objetivo é que a mulher redefina a si mesma; porém não com base em uma identidade autêntica, mas a partir de uma identidade projetada pela mídia, pelos algoritmos e pela indústria da beleza.

Diz-se à mulher:
“Seu valor está na sua beleza.”
“Seu valor está em ser vista.”
“Seu valor está no consumo.”

Quando a mulher acredita nessas mensagens, não é mais necessária coerção; a própria mulher passa a se controlar.
A mulher deixa de ser um “sujeito” e se transforma em um “instrumento”; um instrumento para o consumo, para a exibição, para a competição, para o algoritmo.

Segunda camada: controle sobre a comunidade feminina

Nesta camada, o objetivo é fazer com que todas as mulheres pensem da mesma forma.
Como?
Criando novos modelos:
A mulher bem-sucedida deve ser de tal maneira.
A mulher moderna deve ter tal estilo de vida.
A mulher atraente deve ter tal corpo.

Esses modelos são repetidos continuamente por meio de séries, propagandas, redes sociais e da indústria da moda.

Qual é o resultado?
Pressão social.
A mulher sente que, se não for semelhante a esses modelos, é “inferior”.
Essa pressão transforma a mulher por dentro.

Terceira camada: controle de toda a sociedade por meio das mulheres

Esta é a camada mais importante.
Quando a mulher muda, a família muda.
Quando a família muda, a educação muda.
Quando a educação muda, a geração muda.
Quando a geração muda, a cultura muda.

Ou seja, a mulher se transforma na alavanca da mudança social.
Este é exatamente o ponto ao qual o sistema cibernético deseja chegar:
mudar a sociedade sem que ela perceba de onde veio o golpe.

Nesse processo, a indústria da beleza, as redes sociais, os documentos internacionais, os meios de comunicação e os algoritmos, cada um, assumem parte dessa engenharia.
A indústria da beleza produz ansiedade.
A mídia cria modelos.
Os algoritmos preveem e direcionam comportamentos.
Os documentos internacionais redefinem papéis.

E, por fim, a mulher, dentro dessa rede, afasta-se pouco a pouco de sua identidade autêntica.

Mas o ponto importante é este:
essa situação não é um destino inevitável.
A mulher pode voltar a ser sujeito;
se souber como está sendo moldada,
se reconhecer as mensagens,
se compreender os algoritmos,
se redefinir seus papéis autênticos,
e se a família e a sociedade forem seu suporte identitário.

A mulher, se conhecer a si mesma,
nenhum sistema poderá moldá-la.
E se a mulher for preservada,
a sociedade será preservada.

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