A Agência Internacional de Notícias Ahl al-Bayt (A.S.) – ABNA responde: Muitos falsos pretendentes afirmam ter uma conexão com o Imam Mahdi (A.S.), e seitas desviantes (como a Sheikhiyyah, a Bábiyyah e a de Ahmad al-Hasan al-Basri, entre outras) surgiram dentro da escola xiita.
Por outro lado, também se diz que alguns estudiosos tiveram contato com o Imam do Tempo. Gostaríamos que você explicasse se é possível ter contato com o Imam Mahdi (A.S.) durante a Ocultação e quais critérios existem para distinguir os falsos dos verdadeiros pretendentes.
O messianismo (Mahdawiyyah) é um dos ensinamentos fundamentais do Islã, especialmente na escola xiita. A crença na existência de um Imam vivo, mas oculto aos olhos das pessoas, levou, ao longo da história, a que alguns indivíduos tentassem desviar esse ensinamento autêntico. Uma das táticas usadas por essas pessoas para explorar e distorcer essa crença é afirmar que têm um contato com o Imam Mahdi (A.S.) e que recebem mensagens e ensinamentos dele.
Com essa afirmação, esses indivíduos se apresentam como deputados especiais do Imam, alegando que têm a possibilidade de encontrá-lo. A questão que se coloca é: é possível ter contato com o Imam Mahdi (A.S.) durante a Ocultação ou não? E, se for, como podemos distinguir os falsos pretendentes dos verdadeiros? Tentaremos responder a essa pergunta em duas partes.
Primeiro Ponto
Em princípio, existem duas visões entre os estudiosos xiitas sobre o encontro com o Imam Mahdi (A.S.) durante a Grande Ocultação:
A) A Possibilidade de Encontro: Muitos estudiosos xiitas, como Sayyid Murtada, Sheikh Tusi, Sayyid ibn Tawus e a maioria dos estudiosos contemporâneos, aceitam essa possibilidade. A razão para essa visão é a possibilidade racional de um encontro com o Imam Mahdi (A.S.)¹ e também certas narrativas que confirmam a possibilidade de vê-lo e encontrá-lo durante a Pequena Ocultação.
Ishaq ibn Ammar narra do Imam Sadiq (A.S.): “O Qaim tem duas ocultações: uma curta e outra longa. Durante a primeira, ninguém conhece sua localização, exceto os xiitas especiais. Na segunda, ninguém saberá de sua localização, exceto seus seguidores e amigos mais próximos.”²
Além disso, relatos de grandes estudiosos xiitas que o viram e se encontraram com ele são mencionados como prova da possibilidade de vê-lo, e alguns afirmam que esses relatos são massivos (tawatur).³
B) A Impossibilidade de Encontro: Alguns estudiosos xiitas acreditam que não é possível para os xiitas verem o Imam (A.S.) durante a Grande Ocultação. Numani, Fayd Kashani e o falecido Kashef al-Ghita defendem essa teoria. A principal razão para os defensores dessa visão é um decreto (tawqi') que o próprio Imam Mahdi (A.S.) emitiu quando seu último deputado especial estava prestes a morrer. Ele disse: "Ó Ali ibn Muhammad al-Samari, ouve: Que Deus aumente a recompensa de teus irmãos pelo teu luto. Tu deixarás o mundo em seis dias, então prepara-te e não designes ninguém como teu sucessor… Em breve, alguns de meus xiitas alegarão ter me visto. Fiquem sabendo que quem fizer tal alegação antes do surgimento de Sufyani e da audição do grito celestial é um mentiroso e um caluniador..." Muitos textos antigos mencionaram este nobre decreto.⁴ Parece que esta narrativa descarta qualquer possibilidade de encontro.
Segundo Ponto
Considerando as duas teorias, alguns tentaram responder ao argumento dos opositores da possibilidade de encontro, sem, no entanto, considerar a narrativa mencionada como incorreta ou falha. Esses estudiosos afirmam que, à luz de outras narrativas que tornam o encontro possível e também dos relatos maciços de encontros de várias pessoas com o Imam Mahdi (A.S.), é preciso dizer que as pessoas comuns não podem encontrá-lo e que apenas os seguidores e amigos especiais do Imam podem. No entanto, esses encontros não estão à disposição dessas pessoas, mas dependem da vontade do Imam do Tempo (A.S.). Isso significa que sempre que o Imam julgar necessário, eles podem ter a honra de encontrá-lo.
Essas pessoas, como mencionado, são indivíduos nobres que, mesmo após encontrarem o Imam, nunca tornaram isso público ou reivindicaram uma deputação especial. Em outras palavras, este decreto não rejeita o princípio de se ver o Imam, mas sim os encontros de indivíduos que alegam ter um encontro pessoal e uma deputação especial durante a Grande Ocultação.
Na verdade, nesta narrativa, o Imam (A.S.) declara que, após a morte de seu último deputado especial, ninguém mais receberá a deputação especial até o seu advento.⁵
Terceiro Ponto
O dever dos xiitas durante a Ocultação do Imam Mahdi não é o de buscar um encontro com ele. Insistir nisso pode levar a um dano conhecido como "obrigação de encontro" (molaqat-garayi) na comunidade xiita, o que abrirá o caminho para charlatães e falsos pretendentes. O dever dos xiitas durante a Ocultação é buscar a satisfação do Imam através do cumprimento de seus deveres religiosos individuais e sociais, de acordo com as opiniões dos deputados gerais do Imam do Tempo (A.S.), ou seja, os juristas qualificados que são os especialistas da religião.
Conclusão
Em resumo, durante a Grande Ocultação, se alguém alegar ter um encontro e, por consequência, uma deputação especial e uma embaixada do Imam Mahdi (A.S.), essa pessoa é, de acordo com o decreto do Imam, um mentiroso e um charlatão. Ao mesmo tempo, a possibilidade de um encontro com o Imam na Grande Ocultação existe.
Muitas pessoas encontraram o Imam, mas elas, como narrado pelo Imam Sadiq (A.S.), são os amigos especiais do Imam que nunca fizeram qualquer alegação em relação a ele, e apenas contaram sobre esses encontros a pessoas muito próximas e de confiança. Alguns desses encontros permaneceram não ditos mesmo após a morte dessas pessoas.
Em outras palavras, o critério para distinguir charlatães e mentirosos dos outros é justamente essa alegação de ter visto e encontrado o Imam Mahdi (A.S.) e a tentativa de tornar isso público e disseminá-lo entre as pessoas. Se alguém fizer isso, é certamente um mentiroso e um impostor.
Notas:
- Muhammadi Reyshahri, Muhammad, Ensiklopedia Imam Mahdi (A.S.), Qom, Instituto Cultural Dar al-Hadith, 1393 A.H., vol. 5, p. 180.
- Kulayni, Muhammad ibn Ya'qub, Al-Kafi, edição e pesquisa por Ali-Akbar Ghaffari e Muhammad Akhundi, Teerã, Dar al-Kutub al-Islamiyyah, 4ª ed., 1407 A.H., vol. 1, p. 340.
- Por exemplo: Hurr Amili, Isbat al-Huda, tradução e comentário por Muhammad Nasrallahi, Qom, Al-Matba'ah al-Ilmiyyah, sem data, vol. 3, p. 696.
- Por exemplo: Sheikh Saduq, Muhammad ibn Ali, Kamal al-Din wa Tamam al-Ni'mah, pesquisa por Ali-Akbar Ghaffari, Qom, Mo'asseseh al-Nashr al-Islami, 1405 A.H., p. 516; Sheikh Tusi, Muhammad ibn Hasan, Kitab al-Ghayba, pesquisa por Abadallah Tehrani e Ali Ahmad Nasih, Qom, Mo'asseseh al-Ma'aref al-Islamiyyah, 1411 A.H., p. 395.
- Grupo de autores, Chashm-e Rah-e Mahdi (A.S.), Qom, Bustan-e Kitab, 1387 A.H., p. 78-79.
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